No dia Mundial da Bicicleta, comemorado nesta segunda-feira (19), três ciclistas da cidade mostram que é possível usar a bike na rotina, conhecer novos trajetos e ainda praticar o esporte. Fôlego O operador industrial Renan Felipe Modenez, de 29 anos, praticamente vive sob duas rodas. Além de pedalar todos os dias 20 km para o trabalho, aos finais de semana ele também se aventura por trilhas de São Carlos e região. Áreas rurais estão na rota do ciclista que chega a pedalar até 100 km em aventuras pelas estradas de terra. “Utilizo a bike desde 2012 quando comecei a trabalhar. É o meu meio de transporte do dia dia. Além disso, uso pra lazer e esporte fazendo trilhas pela região . São Carlos oferece vários lugares fora da área urbana para a prática do mountain bike, como o cerrado da UFSCar e a formosa serra do Cristinho. São muitas áreas rurais com fazendas e chácaras até históricas pra cidade. Nessa parte é bem atrativo”, contou. O ciclista Renan curte fazer trilhas pela região de São Carlos. Ele chega a pedalar até 100 km nas aventuras sob duas rodas — Foto: Arquivo pessoal A ciclista Anadir Rosa Bueno da Silva, de 47 anos, é líder de costura e também utiliza a bike como meio de transporte para o trabalho em São Carlos. Aninha, como é conhecida entre os ciclistas, começou a pedalar há quatro anos e não parou mais. Tanto que investiu em bikes para trilhas e, aos finais de semana, se aventura com os amigos do pedal em áreas rurais de Araraquara, Matão e cidades próximas. “Comecei a pedalar indo para o trabalho, antes eu onde costumava ir a pé, mas por conta do horário tinha que sair muito cedo, foi onde comprei a primeira bike. Era uma bike simples apenas para o trabalho, e com o tempo comecei a fazer trilhas e fui investindo. Todo final de semana estou com os Amigos do pedal curtindo as trilhas”, contou. Aninha chega ao serviço de bike em São Carlos. — Foto: Arquivo pessoal Ciclovias Segundo a prefeitura, São Carlos reúne 17 km em rede cicloviária. As ciclovias e ciclofaixas estão espalhadas em trechos como a Avenida Morumbi (ciclofaixa de 1.82 km ), Damha (ciclofaixa 3.295 km), Comendador Oeste (ciclovia 1.68 km) e Parque Faber (1.71km). O ciclista Renan circula entre o Jardim Embaré e a Vila Isabel e nenhuma ciclovia passa perto dos locais. Para ele, é preciso estar sempre atento no trânsito, pois há muita agressividade dos motoristas da cidade. “Não uso as ciclovias de São Carlos porque não estão no meu trajeto, então acabou que não tenho muito contato. Todo dia temos que ficar espertos, pois por estar em uma bike você é sempre menos que eles (os carrocratas) e rola agressividade. Já ocorreu algumas escapadas de acidentes, pois São Carlos não tem muitas vias com ciclovias , muita gente não respeita e até fecha na ignorância”, comentou. Aninha, que no seu trajeto também não passa por nenhuma ciclovia, já sofreu acidente indo ao trabalho e ficou toda ralada. O motorista fugiu do acidente sem prestar socorro. “Estava indo trabalhar e o motorista não respeitou o Pare , me atingiu e fugiu sem prestar socorro, isso faz um mês. Fiquei sem trabalhar por alguns dias para me recuperar”, disse. Já em Araraquara, a rede cicloviária atual é de 14,1 km, de acordo com a prefeitura. Um dos pontos mais utilizados é o da Avenida Alberto Toloi, acesso ao campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), devido ao fluxo de estudantes. Ciclovia da Unesp Araraquara. — Foto: Amanda Rocha/g1 “No trânsito, como não temos muita ciclovia aqui, precisamos de muita atenção e cuidado, evitando vias que trânsito intenso, como a Avenida 36, por exemplo. Falta estrutura (ciclovia), algumas ruas estão com o ondulações e buracos, sujeira e mal iluminada, com árvores bloqueado a iluminação pública”, contou o radialista Leandro Baccari Maglio, de 38 anos. Confira a rede cicloviária de São Carlos Parque Tecnológico – Ciclofaixa 1,1 km;Damha Golf – Ciclofaixa 0,625 km;Dahma – Ciclofaixa 3,295 km;Avenida Morumbi – Ciclofaixa 1,86 km;Antônio Zacarelli – Ciclofaixa 0,92 km ;Araucárias – Ciclovia 1,1 km;Parque Faber – Ciclovia 1,71 km;Trabalhador São Carlense – 0,164 km;Francisco Pereira Lopes – Ciclovia 1,12 km;Comendados Oeste – Ciclovia 1,68km;Henrique Gregori – Ciclovia 1,32 km;SP 2015 – Ciclovia 1,31 km;Avenida Integração Ciclovia – 0,875 km. Confira a rede cicloviária de Araraquara Avenida Alberto Toloi (acesso ao campus da Unesp) – 2.1 km;Interligação Vereador Elias Damus – Quitandinha (acesso à rodovia Comandante João Ribeiro de Barros) – 2,6 km; Avenida Honório Real (Vale do Sol) – 2.1 km; Rua José Palamone Lepre (Jardim Paraíso) – 1,4 km; Rua Armando de Salles Oliveira (Vila José Bonifácio) – 0,9 km; Avenida Abdo Najn (Parque Residencial São Paulo) – 3 km; Rua Synésio Wyss Barreto (Parque das Hortências) – 2 km. Esporte e manutenção diária O radialista Leandro Maglio usa a bike todos os dias no trajeto de 10 km do bairro Quitandinha a Vila Xavier em Araraquara — Foto: Arquivo pessoal Desde 2015, o radialista Leandro usa a bike com meio de transporte, o que acabou virando também o seu principal esporte. Ao dia, são 10 km do bairro Quitandinha até a Vila Xavier, o que dá 50 km por semana. Ele também utiliza a ciclovia da Unesp para lazer. A manutenção da bike também é importante na rotina e prestar atenção aos detalhes simples. O radialista é prevenido e está sempre atento a limpezas, troca de pastilha, freios e pneu. Uma vez ao ano ele leva a “magrela” para uma revisão geral das peças com desgaste, como corrente e câmbio. “No dia a dia não dá pra ficar sem iluminação noturna, luvas, capacete e óculos para proteção ”, disse. Já o ciclista Renan, sempre que pode dá um trato ele mesmo na manutenção da bicicleta. “Eu mesmo que faço o principal da revisão e sempre estou com jogo de chave allen, câmara de ar reserva e bomba para encher pneu. São ferramentas necessárias para não ficar na mão”, comentou. Renan em rolê em Analândia. Kit de ferramentas não pode parar seja na cidade ou em trilhas — Foto: Arquivo pessoal VEJA VÍDEOS DA EPTV CENTRAL