O embarque é feito na ‘Union Station’, estação que recebe 250 mil passageiros por dia. A travessia passa por cinco províncias, percorrendo 4.466 quilômetros, durante quatro dias e quatro noites. Ao longo do percurso até Vancouver são quatro fusos horários diferentes. Os passageiros e funcionários vão se adaptando aos desafios e são cativados pelas belezas. Saiba mais abaixo: A experiência a bordo: desafios e belezas Embora o espaço seja bastante apertado e difícil para transitar, todos conseguem tomar banho. O chuveiro é coletivo e fica do lado de fora. O lugar é divido em dois ambientes: um com o chuveiro e outro para a troca de roupa, equipado com um banco para que o passageiro possa sentar durante o movimento do trem. Um lugar que promete boas fotos é o vagão panorâmico, que oferece uma visão panorâmica, com diversas janelas. Os passageiros podem sentar e apreciar a paisagem. Quando chega a hora de descansar, camas que ficam escondidas na parede e no teto são abertas e transformam a cabine em uma suíte. O desafio de equilibrar os pratos A Lana Schroeder enfrenta o desafio de manter o equilíbrio enquanto serve as refeições: “Trabalho de corpo e alma para garantir que os passageiros se sintam bem. É uma viagem dos sonhos”. Já 15 anos como garçonete, mas o balanço do trem ainda é um desafio para ela: “Eu ainda derrubo bebida nas pessoas. Não é sempre, de vez em quando. Eu culpo os maquinistas”, brinca Lana. Cozinha com pratos típicos de cada ponto da viagem Ao longo da viagem sobre trilhos, são oferecidos café, almoço e jantar. Por dia, são cerca de 180 refeições feitas em uma cozinha apertada. O preparo fica por conta dos chefes Kyle e Bruno. “Não tem muito espaço. Duas pessoas é o ideal. Se estou ocupado aqui, alguém está lavando os pratos que são lavados a mão”, diz Kyle Campbell. É preciso talento no tempero e no equilíbrio. Bruno compartilha que usa uma técnica: “O trem dá umas guinadas para frente e para trás. Você têm que ter contato com três pontos, um para a mão e os dois pés o tempo todo. Quando está picando não pode segurar com as mãos, então você coloca os pés, dobra um pouco as pernas numa postura mais segura”, explica Bruno Salcedo. Apesar do esforço, Bruno fala com orgulho do trabalho: “É maravilhoso. Eu preparo café em uma cidade e o almoço em outra […] A gente faz pratos típicos de cada região que a gente está passando”. Corredor da primeira classe O corredor da primeira classe, que é chamada de classe prestígio, dispõe de uma decoração diferente. Para entrar no quarto, é necessário um cartão, que é uma chave eletrônica. Equipado com televisão, frigobar e espaço suficiente para pelo menos cinco pessoas, o ambiente tem ainda um banheiro exclusivo com chuveiro. Veja no vídeo acima. Experiência única A viagem não tem acesso à internet nem wi-fi. Mas, pode ser uma oportunidade para conectar os passageiros de uma maneira diferente, como ressalta Ryan Robutka. O gerente de marketing da Via Rail herdou do pai a paixão pelo trem. “É um tipo de experiência que leva a gente ao passado . Tem uma nostalgia das viagens de trem da década de 50 e 60. A gente relaxa, olha a paisagem pela janela e tem contato com outros passageiros do mundo todo”, relata o gerente de marketing Via Rail. Confira as últimas reportagens do Globo Repórter:
Chuveiro coletivo, camas na parede e no teto, corredor da primeira classe: como é a viagem de trem que atravessa o Canadá
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