Nos últimos cinco anos, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico (Cenipa) recebeu, em média, 830 reportes anuais de ocorrência de balões, com destaque para os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2023, foram 837 reportes, sendo 338 apenas no Rio de Janeiro e outros 370 em São Paulo. Em 2024, até o momento, são 187 registros de ocorrência de balões. É importante esclarecer que os dados disponibilizados são decorrentes das fichas preenchidas e que um mesmo balão pode ter sido avistado e reportado por mais de uma pessoa. Percebe-se, ainda, um incremento entre os meses de maio e julho, considerados mais críticos em função das festas de São João. Esse período representa 40% do total de ocorrências do gênero no Brasil. O Cenipa disponibiliza em seu site a página de “Risco Baloeiro”, criada com a finalidade de coletar informações sobre eventos relacionados a balões, tendo em vista que, a partir da publicação do Decreto nº 9540/2018, as atividades de prevenção de competência do centro no âmbito da aviação civil ficaram limitadas “às investigações de acidentes e incidentes aeronáuticos e às tarefas relacionadas com a gestão dos sistemas de reporte voluntários”. De acordo com o Cenipa, as cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Curitiba lideram o ranking de reporte de balões de ar quente não tripulados nessa época do ano. De janeiro a maio de 2024, foram registrados 186 avistamentos. O ranking tem o Aeroporto Santos Dumont (RJ), com 23 reportes de balões, seguido do Aeroporto Internacional de Viracopos, Campinas (SP), com 21 e, por último, o Aeroporto de Bacacheri, Curitiba (PR), com 14. Morador registra queda de balão momentos antes de galpão pegar fogo O perigo aumenta quando as condições meteorológicas não permitem o avistamento e, consequentemente, impedem o desvio que pode ser feito a tempo pelo piloto. Dependendo da massa do balão e da velocidade da aeronave, o impacto da colisão pode chegar a 250 toneladas. Um balão de 15 quilos, por exemplo, considerado pequeno, ao colidir contra um avião que esteja voando a cerca de 300 Km/h causa um impacto de três toneladas e meia. A prática, além de ser crime, pode provocar graves consequências e põe em risco a aviação, a vida das pessoas e o meio ambiente. “O Departamento de Controle do Espaço Aéreo está atento para a questão envolvendo os balões não tripulados. São adotados procedimentos quando um balão é avistado. A primeira ação tomada pelos controladores de tráfego aéreo ao receber esses reportes é notificar todos os operadores na vizinhança do avistamento do balão. Os pilotos também são alertados quanto a esse tipo de ocorrência por meio de uma mensagem periódica gravada que informa sobre as condições do aeroporto e suas proximidades”, esclarece o chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha.