Centro de Campinas ganha mais cores com painel pintado em terceiro edifício mais alto da metrópole

O nome da obra é “Raiz Fundamental”, e segundo o artista, pretende chamar a atenção das pessoas para “questões fundamentais” para a vida em sociedade, desde a valorização dos livros ao respeito pelas ancestralidades. “A educação é raiz fundamental, você respeitar a ancestralidade é fundamental […] então eu trago uma criança que tem todo um futuro à frente e muita coisa a ser aprendida, além de uma cultura moderna”, revelou Maicongo. Centro de Campinas ganha mais cores com painel pintado em terceiro edifício mais alto da metrópole — Foto: Reprodução/EPTV 🎨 A obra O muralista conta que, para retratar o conceito de ancestralidade, teve como inspiração o “descaso do país com os povos originários”, recorrentemente esquecidos e abandonados. Assim, decidiu retratar como personagem principal da obra um ianomâmi. Outra homenagem que fez foi para o movimento do hip-hop, em especial a Malaquias, considerado o precursor da arte em Campinas. Apesar disso, o Maicongo afirma que outros artistas também devem se sentir representados no painel. “Gostaria que as pessoas pensassem e refletissem o que tudo ali que foi muito bem pensado quer representar. Me preocupei muito em desenvolver uma narrativa, em desenvolver um conceito que conte uma história […] eu acho que o conhecimento é uma fonte de transformação”, falou. Arte chama a atenção de moradores no Centro de Campinas (SP) — Foto: Reprodução/EPTV 🖼️ O artista Campineiro, Maicon Gomes é grafiteiro há 16 anos e conhecido pelo nome artístico de Maicongo. O artista classifica o grafiti como ferramenta de mudança social. “O grafitti salvou minha vida em alguns momentos da minha caminhada, tanto na questão da vulnerabilidade social quanto nas questões da depressão”, conta maicongo. Ele diz que a pintura abriu sua mente e hoje trabalha como arte-educador e muralista, incentivando jovens e crianças a aprenderem, evoluírem na arte e se profissionalizarem, inclusive praticando o empreendedorismo. Para isso, criou há quatro anos o projeto “Galeria das Ruas” e, aos poucos, vê condições para executar o sonho de criar em Campinas um espaço de encontro de grafiteiros para debater e incentivar essa atividade e transformar a cidade em uma galeria de arte ao ar livre. “Fazia como hobby, mas gostei e comecei a me desenvolver como artista”, diz. Ele conta que teve oportunidade de conhecer mais sobre a arte no exterior, com passagens pela Irlanda e Portugal, e lembra que foi em Lisboa que fez o primeiro painel urbano com um amigo. A experiência ajudou a conhecer melhor o trabalho, com a participação em festivais com artistas locais. “Na época, essa arte ainda estava bastante desvalorizada no Brasil e eu fiquei impactado com a importância que dão a ela lá fora, inclusive com painéis de artistas brasileiros. Foi quando comecei a alimentar o sonho de me dedicar exclusivamente a isso no meu país”, relata. Maicongo, artista responsável pelo painel no terceiro prédio mais alto da metrópole — Foto: Reprodução/EPTV VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região