Casal de observadores faz primeiro registro de choró-boi para Peruíbe

Casal de observadores faz primeiro registro de choró-boi para Peruíbe

O casal pertence ao grupo “Observaves”, um grupo de observadores de aves do Planalto Central, que conta com cerca de 200 membros. Segundo Luiz Balbino, o objetivo da passarinhada era encontrar indivíduos de saíra-sapucaia (Stilpnia peruviana), figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor) e casaca-de-couro-da-lama (Furnarius figulus) para registros. “Havia um casal de casaca-de-couro-da-lama que estavam cantando e fazendo display e uma saíra-sapucaia que aparecia e ia embora. Nossa atenção estava com eles, mas sempre atentos a outros pássaros que apareciam”, explica. Registro de fêmea de choró-boi foi o primeiro para Peruíbe — Foto: Luiz Carlos Balbino Foi assim que perceberam o choró-boi. Uma fêmea da espécie, sem vocalizar, pousou atrás de alguns galhos e, assim, os passarinheiros começaram fazer fotos. Despretensiosos, esperaram para que ela fosse pra algum lugar mais aberto, para que pudessem fazer melhores registros, mas em seguida, a ave voou e acabou não voltando mais. “No momento do registro, não sabíamos que era tão importante para a região, pois Peruíbe possui mais de 500 espécies de aves registradas. Não tínhamos conhecimento de todas as espécies. Seria muito difícil saber que era uma raridade se não fosse a Elen, que logo percebeu que era uma ave que ainda não havia sido avistada na região e foi conferir no WikiAves”, afirma Luiz. De acordo com ele, o casal já havia avistado o choró-boi em outras duas ocasiões: em Brasília, no solo, embaixo de arbustos, em um parque próximo ao Lago Paranoá, e também no quintal da casa deles, em um condomínio próximo à Reserva da Contagem, pousado nos galhos de arbustos próximos ao solo. Assim, a princípio, o registro não chamou muito a atenção dos dois. “Essa foi a primeira vez que fizemos um registro inédito para uma localidade. Foi muito importante para mostrar que devemos sempre postar todas as fotos feitas em localidades novas, mesmo aquelas que já avistamos e que não estão perfeitas. Ficamos muito contentes por ajudar as pesquisas que são realizadas com o banco de dados do site”, afirma o observador. Luiz Carlos e Evelin na expedição em Peruíbe — Foto: Fábio Barata O ornitólogo Guilherme Brito explica que o registro inédito da espécie para a cidade pode indicar uma expansão da distribuição dela. Visto que o choró-boi é uma espécie de áreas mais abertas da diagonal seca do Brasil e às vezes associadas a matas de galeria, a ave pode ter chegado a Peruíbe acompanhando algum curso d’água ou até devido ao desmatamento no estado de SP. “Para a municipalidade, é especificamente apenas mais uma espécie registrada, mas para a dinâmica de ocupação e expansão de distribuição de espécies de áreas abertas beneficiadas por desmatamento, é um registro importante que deve ser melhor investigado”, informa o especialista. A espécie O choró-boi, também conhecido por piorim, choca, corró, choca-boi, chororó-olho-de-fogo, cã-cã-de-fogo e pata-choca, é uma espécie que habita vegetações densas do estrato baixo de capoeiras, clareiras e bordas de florestas com vegetação arbustiva, tanto em regiões úmidas quanto secas. Segundo o WikiAves, o choró-boi vive geralmente aos pares, pulando em meio a emaranhados de cipós e arbustos a uma altura de 1 a 5 metros, podendo pousar no chão ou em galhos caídos. Acostuma-se com a presença humana, usando quintais e pomares de sítios e fazendas onde não é perseguido ou não existam gatos domésticos. O macho de choró-boi possui o dorso preto, asas com faixas brancas e cauda com bolas brancas — Foto: Ciro Albano No Brasil, a ave ocorre desde o extremo norte do País até o estado do Paraná, podendo ser encontrada também do México ao Panamá e em praticamente toda a América do Sul, com exceção do Chile. Vive no estrato baixo, e se alimenta a partir da caça de invertebrados nos galhos e folhas, mas já foi registrado alimentando-se de caramujos, lagartos, sapos e até ovos de outras aves. O choró-boi possui canto bem característico, além de dimorfismo sexual. O macho da espécie é negro no dorso, em forte contraste com o branco da região do ventre, com asas com faixas brancas notáveis e cauda com bolas brancas. Na fêmea, toda a plumagem negra é substituída por marrom avermelhada, sem haver o branco das asas e cauda. Nos dois sexos, destaca-se o vermelho intenso dos olhos da ave adulta. *Texto sob supervisão de Lizzy Martins VÍDEOS: Destaques Terra da Gente

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