No trabalho, o pesquisador João Vitor Santillo propõe o uso de uma ferramenta de I.A que, a partir de imagens de ultrassonografia, seria capaz de analisar e indicar com mais exatidão as áreas com maior presença de tumores. A base da tecnologia seria programada com as chamadas redes neurais, sistemas em que máquinas ou modelos conseguem tomar decisões semelhantes às de um cérebro humano. O trabalho foi orientado pelo professor Fernando Pereira dos Santos, do Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP. A ideia para o projeto, segundo Santillo, surgiu por causa de uma experiência familiar. “A experiência com a minha mãe, que hoje está felizmente curada, me fez refletir sobre a importância de ferramentas que possam acelerar e melhorar a triagem no sistema de saúde. Com isso, casos de maior risco poderiam ser priorizados, tornando o encaminhamento mais ágil e, consequentemente, aumentando as chances de cura”, argumenta. O pesquisador usou um banco de imagens de ultrassonografias e foi fazendo ajustes para garantir que fossem compatíveis com a rede neural. Modelo de inteligência artificial usado por pesquisador da USP São Carlos “desenha” mapas de calor para identificação de tumores — Foto: Reprodução Em uma das últimas etapas, a ferramenta gera mapas de calor que forneceriam não apenas a definição do tumor (maligno ou benigno), mas também áreas específicas que teriam influenciado na classificação. O modelo, segundo o estudo, alcançou eficiência entre 95% e 96%. Importância da pesquisa e sequência O câncer de mama é o tipo mais comum no país e a incidência de casos deve aumentar em 30% até 2040 em todo o mundo, conforme dados do International Agency for Research on Cancer (IARC). O projeto de Santillo, portanto, busca diminuir o tempo entre a detecção do tumor e o início do tratamento, cenário ideal para aumentar chances de cura. O pesquisador também reforça que a ideia não é substituir o papel de um médico, e sim otimizar o processo de diagnóstico. Santillo celebra os resultados do MBA em IA e Big Data com as professoras Solange Rezende e Roseli Romero, coordenadora e vice-coordenadora do programa — Foto: Arquivo Pessoal O trabalho já foi aprovado pela banca como conclusão do MBA. Em breve também deve ser publicado em revistas científicas e apresentado em congressos. “O diferencial do nosso trabalho é que, com uma arquitetura mais simples e eficiente, conseguimos atingir resultados comparáveis. Com ajustes e otimizações, acreditamos que podemos alcançar maior precisão com menor custo computacional, tornando o modelo mais viável para aplicação prática”, explica o pesquisador. VEJA TAMBÉM: Conheça os tipos de tratamento para o câncer de mama REVEJA VÍDEOS DA EPTV: