Segundo o estudo, homicídios ocultos são mortes violentas que não foram assinaladas como homicídio pelo estado, mas que têm grande probabilidade de serem homicídios. O Atlas é feito com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde, e diferem dos dados repassados pelas secretarias da Segurança. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informa que “faz uma análise minuciosa dos casos registrados com vítimas fatais. diminuindo a subnotificação de homicídios” – veja posicionamento na íntegra mais abaixo. Campinas e região Considerando os dados de homicídios registrados (134) com homicídios ocultos (28), Campinas teve 162 “homicídios estimados” em 2022, o que representa uma taxa de 14,2 casos a cada 100 mil habitantes. O índice coloca a metrópole na 219ª posição do Brasil em municípios com mais de 100 mil habitantes. Para efeito de comparação, a maior taxa do país é de Santo Antônio de Jesus (BA), com 94,1. A cidade de 103 mil habitantes teve 96 homicídios registrados e 1 homicídio oculto em 2022. Considerando apenas as cidades em São Paulo, Campinas ocupa a 18ª posição. A cidade com a maior taxa no estado é Itapecerica da Serra (SP), com índice de 26,5 homicídios por 100 mil habitantes. A capital ocupa a 15ª posição, com 15,4. Na área de cobertura do g1 Campinas, Sumaré (SP) aparece na 25ª posição, com taxa de 12,5. Número e taxa de homicídios estimados na região de Campinas – 2022 Município População (2022) Homicídios Registrados (A) Homicídios Ocultos (B) Homicídios estimados (A + B) Taxa de homicídios estimados por 100 mil habitantes Campinas (SP) 1.139.047 134 28 162 14,2 Sumaré (SP) 279.545 34 1 35 12,5 Mogi Guaçu (SP) 153.658 15 1 16 10,4 Hortolândia (SP) 236.641 21 2 23 9,7 Paulínia (SP) 110.537 8 2 10 9,0 Indaiatuba (SP) 255.748 14 5 19 7,4 Americana (SP) 237.240 14 3 17 7,2 Valinhos (SP) 126.373 3 5 8 6,3 O que diz a SSP? O g1 solicitou à SSP informações sobre o número de casos apontados como homicídios ocultos em Campinas, e as principais causas para que essas mortes não tenham a causa identificada. Em nota, a pasta destacou que na análise de dados de 2022 “não foram encontradas divergências significativas” entre as fontes de dados, e que a atual gestão “faz uma análise minuciosa dos casos registrados com vítimas fatais. diminuindo a subnotificação de homicídios”. Confira o posicionamento na íntegra: “Os dados de eventos com resultado morte são comparados com dados disponibilizados pelo DataSus. Na análise de 2022, a mais recente disponibilizada, não foram encontradas divergências significativas entre as duas fontes em relação ao número de homicídios. Além desta metodologia de comparação, a atual gestão implantou o SPVida, que faz um monitoramento e análise minuciosa dos casos registrados com vítimas fatais, garantindo que cada ocorrência seja registrada e investigada adequadamente, diminuindo a subnotificação de homicídios. Estes dados são disponibilizados para consulta, como forma de compromisso com a transparência. Outra forma de combater a subnotificação desses casos é investir nas forças de segurança, incluindo a Polícia Técnico-Científica, que conta com mais de 3.500 profissionais altamente capacitados e em constante treinamento. Para ampliar o efetivo, há dois concursos em andamento para o preenchimento de 116 vagas para médicos-legistas e 249 para peritos criminais. Além disso, há 172 médicos legistas com formação prevista para setembro. Vale destacar, ainda, que o Estado de São Paulo teve a menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes no ano de 2022, último período analisado pelo Atlas da Violência 2024. Além disso, as ações da Pasta para a segurança pública levaram o Estado a fechar o ano de 2023 com o menor número de homicídios dolosos desde 2001, com uma queda de 10% no número de casos em relação ao ano anterior. A Secretaria de Segurança Pública não teve acesso aos possíveis 2.410 casos de homicídios ocultos citados no levantamento, o que impossibilita uma análise mais detalhada sobre estes casos e a confirmação deles.” Sobre ações para combate à violência em Campinas e região, a SSP informou que “tem concentrado esforços para combater todas as modalidades criminosas”. “Como resultado, nos últimos 12 meses (maio de 2023 a abril de 2024), a região apresentou as menores taxas de homicídios (5,22 casos e 5,38 vítimas/100 mil habitantes), seguindo a tendência do Estado, e teve um caso a menos de latrocínio no primeiro quadrimestre, em comparação com igual período de 2023”, pontuou. . VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região
Campinas teve 28 ‘homicídios ocultos’ em 2022, diz Atlas da Violência; entenda o que significa
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