Campinas (SP) registrou, de janeiro a maio deste ano, 83 casos de trabalho infantil. O número é do movimento Vida Melhor, vinculado à administração municipal. Nesta quarta-feira (12), é celebrado o dia mundial de combate à prática. O levantamento ainda apresenta quais os perfis mais comuns de trabalho infantil na metrópole. A maioria das pessoas que estão neste tipo de atividade é de meninos entre os 12 e 15 anos. Veja detalhes: 👉 57% têm entre 12 e 15 anos👉 51% são pardos👉 86% são do sexo masculino Ainda segundo o balanço, mais da metade das crianças e adolescentes flagrados em atividades trabalhistas irregulares neste ano mora na região Sul de Campinas, que inclui as regiões de periferia da cidade, como o Campo Belo e o Jardim Fernanda. Os tipos de trabalho mais comuns são vendas de alimentos e outros produtos, como pano de prato e vassouras em ruas e avenidas da cidade. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), as denúncias de trabalho infantil na região de Campinas aumentaram em três anos. Veja os números, também considerando o período de janeiro a maio: 👉 2022 – 21 denúncias👉 2023 – 42👉 2024 – 42 Campinas registrou 83 casos de trabalho infantil em 2024 — Foto: Reprodução/EPTV Busca ativa A Prefeitura de Campinas afirmou que faz uma busca ativa para identificar as famílias de crianças e adolescentes que são flagradas em situação de trabalho infantil, realizar o resgate, e encaminhar aos programas sociais. “Trabalho infantil é qualquer situação de trabalho de qualquer pessoa de até 16 anos. Não é permitido em nenhuma situação, criança tem que estar na escola, brincando. Quem se deparar com algum caso de trabalho infantil, tem que fazer a denúncia no Disque 100”, disse Guerli Ferreira Herzog, responsável pela busca ativa do Executivo. A EPTV, afiliada da TV Globo, flagrou alguns casos nas ruas da cidade nesta quarta-feira. Em um deles, uma menina de 12 anos ajudava a avó a vender alimentos em um semáforo da Avenida da Saudade. O procurador regional do trabalho Ronaldo José de Lira afirmou que uma das causas para o trabalho infantil é que, com a pandemia da Covid-19, muitas famílias perderam o emprego. “O trabalho rural é muito comum em determinadas circunstâncias. Por muitas vezes, por falta de vaga em creche, é comum o irmão mais velho cuidar do mais novo. Isso também é considerado trabalho infantil, até por conta do risco que exista”, explicou. Ativista na luta contra o trabalho infantil, Anna Luiza Calixto, afirmou que é importante parar de naturalizar estas situações, com frases que não são mais aceitas. “As mais comuns são: ‘melhor estar trabalhando do que roubando’; ‘Está com a família, então tudo bem’; ‘Eu trabalhei e não morri’; ‘O trabalho dignifica'”, disse Anna. VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região