A nota foi publicada depois de o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças divulgar que pelo menos 17 países da União Europeia e outras nações, como China, Estados Unidos e Israel, registraram alta da doença. Casos de coqueluche aumentam no mundo e geram alerta na vacinação no Brasil A coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”, é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causa crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar através da tosse, espirros ou mesmo ao falar. Veja abaixo a linha do tempo de casos de coqueluche em Campinas desde 2007. No gráfico, os registros estão somados, mas a prefeitura faz a divulgação dividida em três modelos de diagnóstico: laboratorial, clínico-epidemológico e clínico. Infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi afirmou que a razão para o aumento que já vem sendo observado em São Paulo é uma só: índices de baixos de imunização. Para ela, como o risco é maior em crianças, uma medida de controle é já aplicar a vacina na gestante – que também pode receber a dose. “Esta vacina é feita também na gestante, porque o bebêzinho vacinado só alcança a proteção efetiva após a dose de reforço, com 15 meses. Então, a vacinação da gestante tem o objetivo de já proteger essa criança até um ano”, disse a médica. Segundo ela, o ideal seria que um reforço fosse aplicado na rede pública para adolescentes de 15 anos. “Talvez nós tenhamos que pensar, em termos na saúde pública, na ampliação da vacinação contra a coqueluche para uma idade de até 15 anos. Com cinco anos, faz o reforço que já está no calendário, e depois faz o reforço com 15 anos. No momento, o reforço para 15 anos só está disponível na saúde suplementar”, explicou. Em Campinas, de 2020 até 2023, a cobertura vacinal contra coqueluche só esteve acima dos 95%, que é a meta para este tipo de imunizante, em 2020. Veja abaixo todos os números: O que é a doença? A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela ocorre principalmente em crianças e bebês menores de um ano de idade. Ela não é erradicada, ou seja, circula pelo país, o que reforça a importância de manter a vacinação atualizada. Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da coqueluche podem se manifestar em níveis. No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado: Mal-estar geralCorrimento nasalTosse secaFebre baixa Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer: Tosse passa de leve e seca para severa e descontroladaTosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiraçãoCrise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Nesta fase, os sintomas são mais severos e, dependendo do tratamento, podem durar até mais de um mês. É normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves em relação às crianças. A gravidade da doença também está relacionada à falta de imunidade e à idade. O tratamento é feito com antibióticos disponíveis nos serviços de saúde. Qual é a vacina e onde está disponível? A principal forma de combate é a vacina, que está disponível na rede pública de saúde de Campinas, por fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação. O esquema vacinal contra a doença é dividido em três etapas: três doses da vacina pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de vida;um primeiro reforço do imunizante com a tríplice bacteriana aos 15 meses de idade;e um segundo reforço aos 4 anos também com a tríplice bacteriana. VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região