As mortes por hanseníase não são comuns. Porém, quando não tratada, ela pode atingir pele e nervos, causando incapacidades físicas. A principal preocupação é com a conscientização sobre os sintomas e as formas de transmissão, assuntos lembrados pela campanha Janeiro Roxo. Abaixo, confirma mais detalhes sobre a hanseníase em Campinas, os sinais e quando buscar ajuda: Casos de hanseníase em Campinas Fonte: Secretaria Municipal de Saúde Como ocorre a transmissão em Campinas De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão acontece por meio da eliminação da bactéria por meio do espirro, tosse ou fala. No entanto, é necessário que uma pessoa saudável tenha um contato próximo e, principalmente, prolongado com a pessoa infectada. A médica da secretaria municipal de Saúde, Elda Motta, explica que em Campinas esse processo tende a ocorrer entre pessoas que “moram na mesma casa, comem no mesmo refeitório e dormem junto por algum tempo, por um longo período”. Por isso, a transmissão é mais comum entre pessoas da mesma família ou que vivem no mesmo local, como abrigos ou em alojamentos de fábricas. Além disso, pontua que a maioria dos casos são de pessoas que vieram de regiões endêmicas do país. Elda lembra também que os sintomas podem levar anos para se manifestar. “Às vezes o contato é de 10, 15 anos atrás. O mais frequente é de cinco anos. É uma doença demorada […]. Então, quando vão manifestar, elas já saíram da região [endêmica]”. Reconhecer os sintomas evita novos casos A médica ressalta que, por ser pouco frequente, a hanseníase tem sintomas pouco conhecidos e pode ser confundida com outras doenças. “Ela pode dar fraqueza nos membros, formigamento, manchas. É até confundida com a síndrome do túnel do carpo, porque é comum naqueles mesmos tendões”. Pessoas com sintomas devem buscar atendimento médico em uma unidade de saúde. O diagnóstico é feito por meio do exame físico geral, dermatológico e neurológico, que busca identificar lesões ou áreas da pele com algum comprometimento que seja característico. Exames laboratoriais também podem ser indicados. Tratamento O tratamento da hanseníase é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tempo pode variar de 6 a 12 meses, mas a doença deixa de ser transmitida logo no início – por isso a identificação dos sintomas e a busca por ajuda são essenciais para evitar novas ocorrências. “Hoje, com o tratamento, ela não passa assim tão fácil, então não precisa ter medo, né? A não ser que você durma em alojamento, mas aí é outra situação. No dia a dia não precisa ter medo algum da transmissão, né? E hoje, com os tratamentos, em pouco tempo a pessoa para de transmitir também”. Sinais e sintomas De acordo com o Ministério da Saúde, entre os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase estão: Manchas na pele (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas);Alteração na sensibilidade às temperaturas, à dor ou no tato;Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente Áreas com diminuição dos pelos e do suor;Sensação de formigamento ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés;Diminuição na força muscular da face, mãos ou nos pés;Caroços no corpo (em alguns casos avermelhados e dolorosos). Médico e professor renomado aborda a hanseníase no ‘Janeiro Roxo’ VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região