Números da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que a metrópole do interior paulista emplacou 339 modelos no mês, contra 189 do município capixaba. Já em comparação com Ribeirão Preto (SP), terceira da lista com 112 veículos comercializados, o volume de Campinas é 202,6% maior. Campinas (SP): 339Cariacica (ES): 189Ribeirão Preto (SP): 112São José do Rio Preto (SP): 106Barueri (SP): 103 🚗 Os dados consideram as vendas de veículos elétricos híbridos plug-in (PHEV), elétricos 100% a bateria (BEV) e elétricos híbridos convencionais sem recarga externa (HEV), tanto automóveis, SUVs e comerciais leves. Segundo a ABVE, o processo de interiorização dos carros eletrificados segue em expansão no Brasil, mas o grande volume ainda é das capitais. “Os 70 municípios que mais comercializaram modelos em agosto representaram 76% (11.125) das vendas totais (14.667), sendo 70% nas capitais (7.725) e 30% nas cidades do interior (3.400)”. “A eletrificação segue num ritmo forte em todo o Brasil e a interiorização da eletromobilidade continua avançando”, destacou Ricardo Bastos, presidente da ABVE. Entre as 10 maiores Considerando os números de todo o país, Campinas figurou na 7ª colocação em emplacamentos de modelos eletrificados agosto, a frente de capitais como Porto Alegre (RS), Goiânia (GO) e Fortaleza (CE), cidades mais populosas. Segundo a ABVE, de janeiro a agosto de 2024, o mercado brasileiro de eletrificados disponibilizou 320 modelos de diferentes tecnologias produzidos por 46 montadoras. Apesar da expansão, a participação dos eletrificados sobre o total de veículos leves vendidos no mercado doméstico do Brasil, que inclui automóveis e comerciais leves, foi de 6,6% em agosto. Perfil favorece Na avaliação do economista e professor da PUC-Campinas, Roberto Brito de Carvalho, os carros eletrificados ganham terreno primeiro entre os consumidores que apresentam renda elevada e alto nível de escolaridade, uma combinação que faz com que haja consumidores com “maior preocupação em relação às questões da sustentabilidade”. “Esse público está disposto a assumir o risco da inovação e fazer a aquisição desses carros, mesmo sem ainda a gente ter a infraestrutura adequada para que eles possam ser recarregados, ou mesmo a parte de manutenção”, avalia. Nesse caso, pontua o economista, a região que sai na frente em relação ao consumo deve criar uma infraestrutura mais rápida do que em outras áreas do país. O professor da PUC aposta que o segmento mantenha o crescimento nos próximos anos, mas talvez não com tanta velocidade. “O crescimento deve se dar numa taxa um pouco menor, mas ainda assim, se a experiência for positiva desses que adquiriram o veículo, a tendência é que isso se consolide e que a gente faça a transição primeiro que o restante do país”, analisa Carvalho. Carro elétrico — Foto: BYD/Divulgação VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região