Casa Branca detalhou projeto que quer estabelecer limites de tempo de mandato aos juízes. Corte tem maioria de magistrados conservadores. Presidente norte-americano publicou texto no jornal ‘The Washington Post’ detalhando a medida. Suprema Corte dos EUA aceitou revisar caso que poderá definir como governos estaduais e municipais do país tratam pessoas em situação de rua — Foto: ALESSANDRA CORRÊA O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, revelou nesta segunda-feira (29) um projeto de seu governo para mudanças na Suprema Corte dos Estados Unidos que impeçam abusos de poder. O projeto pede também que o Congresso dos EUA estabeleça limites de mandato e um código de ética para os nove juízes da corte — seis deles são conservadores e, destes, três foram indicados pelo ex-presidente Donald Trump durante sua gestão. O texto da proposta determina que: O presidente dos EUA nomearia um juiz a cada dois anos;O nomeado passaria 18 anos na Suprema Corte — atualmente, o cargo é vitalício. Os magistrados teriam de seguir um novo código de ética, que determina, entre outros pontos, que os juízes revelem presentes recebidos, se abstenham de atividade política pública e se recusem a participar de casos em que eles ou seus cônjuges possam ter conflitos de interesse financeiros ou outros. A proposta foi defendida e detalhada pelo próprio Biden em um texto assinado pelo presidente norte-americano e publicado no jornal “The Washington Post”. Ele argumentou que os limites de mandato ajudariam a garantir que a composição do tribunal mudasse com alguma regularidade e adicionasse uma medida de previsibilidade ao processo de nomeação. “Tenho grande respeito por nossas instituições e separação de poderes”, disse o presidente dos EUA no texto. “O que está acontecendo agora não é normal e prejudica a confiança do público nas decisões do tribunal, incluindo aquelas que afetam as liberdades pessoais. Agora estamos em uma violação.” A Casa Branca também detalhou nesta segunda a proposta de Biden para a corte. A imprensa norte-americana avaliou, no entanto, que a aprovação da medida é pouco provável, em um congresso fortemente dividido e a menos de cem dias das eleições presidenciais no país. Em paralelo à proposta, o presidente norte-americano também está pressionando os legisladores a ratificarem uma emenda constitucional que limitaria a imunidade presidencial. A última vez que o Congresso ratificou uma emenda à Constituição foi há 32 anos. A 27ª Emenda, ratificada em 1992, afirma que o Congresso pode aprovar um projeto de lei alterando o pagamento dos membros da Câmara e do Senado, mas tal mudança não pode entrar em vigor até que as próximas eleições de novembro sejam realizadas para a Câmara.