Bets, ‘Jogo do Tigrinho’ e dinheiro fácil: como influenciadores investigados podem virar tema de vestibular

Bets, ‘Jogo do Tigrinho’ e dinheiro fácil: como influenciadores investigados podem virar tema de vestibular

Os casos de influenciadores digitais presos por acusações de envolvimento com lavagem de dinheiro, estelionato e até tráfico de drogas, podem ser conteúdo de provas de vestibular, como o da Unicamp, e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O assunto, que chamou atenção nos últimos meses com a investigação de figuras conhecidas, como a advogada Deolane Bezerra e o humorista Nego Di, pode aparecer relacionado a aspectos históricos e éticos da comunicação. 💸 É o que explica o professor de redação e literatura da Oficina do Estudante, André de Freitas Barbosa. Veja abaixo os principais pontos: Influenciadores na história “Sob uma perspectiva histórica, esses atuais influenciadores já existem há muito tempo. A grande diferença é uma diferença de mídia. Mídia como um conjunto de meios de comunicação. No século 19, por exemplo, a gente teve uma explosão dos veículos de imprensa e de jornalistas que, mesmo de uma maneira aparentemente neutra, vão sempre trazer uma opinião”. “Daí, temos então os primeiros influenciadores modernos. São pessoas, com opinião individual, representando um certo veículo de mídia, influenciando pessoas, fazendo mobilizações e disseminando inclusive posicionamentos políticos”. Ainda sob um olhar histórico, o professor destaca que “as mídias tradicionais vão alcançar o rádio, já no início do século 20, e, depois, a televisão, na metade do século 20. Finalmente, com o advento da Terceira Revolução Industrial, uma revolução tecnológica dos anos 70, vamos ter a informatização do mundo e, depois da virada do milênio, temos as redes sociais”. “A partir das redes sociais, temos os famosos influenciadores digitais. Assim, é interessante que o aluno observe essa perspectiva histórica de pelo menos 200 anos no mundo ocidental”, completa o professor. Jogo caça-níquel Fortune Tiger, conhecido como jogo do tigrinho — Foto: Matheus Moreira/g1 Ética, apostas e os influenciadores digitais Outra abordagem possível nas provas do vestibular e do Enem está relacionada à ética. Muitos dos influenciadores acusados estavam ligados a jogos de aposta. A promessa de ganhar dinheiro fácil pode levantar discussões sobre manipulação e promessas sedutoras, alerta Barbosa. “Basicamente, o que as bets prometem? O enriquecimento rápido e sem esforço. É uma questão ancestral e uma tentação muito grande. A mídia das redes sociais ajuda a propagar essa intencionalidade maliciosa de uma forma viral, de uma maneira imensurável”. Na relação ética de “bem versus mal”, o professor destaca os influenciadores que, de fato, fazem boas ações. Um exemplo dessa influência positiva pode estar na mobilização de muitas pessoas famosas para ajudar as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul. “O papel dos influenciadores foi determinante para o aumento de doações do país inteiro. Os influenciadores atuaram bem neste sentido”. Tema de redação no Enem e no vestibular Quando se trata de tema de redação, tanto do Enem, quanto da segunda fase da Unicamp, a aposta é para uma análise mais ampla da influência das redes sociais e de seus personagens. “Geralmente, as propostas de redação costumam trabalhar um tema macro. Então, eu penso em uma proposta mais voltada para mídias digitais, redes sociais ou o papel dos influenciadores na sociedade contemporânea como um todo”.

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