O governo da Argentina denunciou nesta sexta-feira (13) a prisão de um oficial da força de segurança nacional do país na Venezuela, conhecida como Gendarmaria, informou a agência Reuters. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores argentino classificou a prisão como “arbitrária e injustificável”. Segundo a agência, o oficial Nahuel Agustin Gallo havia entrado na Venezuela oriundo da Colômbia em 8 de dezembro para visitar familiares e sua companheira, mas que foi “imediatamente preso, sem um motivo legítimo e em clara violação de seus direitos fundamentais.” “O Ministério das Relações Exteriores da Argentina condena com a máxima firmeza a detenção arbitrária e injustificada de um empregado local da representação diplomática argentina na República Bolivariana da Venezuela por parte do regime de Nicolás Maduro. Esta ação constitui uma violação flagrante e inaceitável das normas internacionais que garantem a inviolabilidade das sedes diplomáticas e a proteção de seu pessoal”, diz o comunicado. De acordo com o ministério, a prisão do oficial não é um fato isolado e faz parte de uma campanha “sustentada pela hostilidade, intimidação e violência psicológica contra os asilados e empregados da missão argentina” na Venezuela. “A isso se soma a presença de atiradores de elite posicionados em frente à sede [embaixada] e a ocupação ilegal das residências vizinhas, configurando um cerco de fato com o claro objetivo de exercer pressão e gerar um clima de terror sobre aqueles que se encontram no interior da representação diplomática”, informou. No comunicado, o governo argentino exigiu de “forma categórica a liberação imediata do empregado local e a entrega dos salvo-condutos para as pessoas asiladas na sede diplomática”. O governo argentino apelou ao secretário-geral das Nações Unidas para que atue com urgência e determinação que a situação exige e também à comunidade internacional. “A liberação imediata do empregado local e a entrega dos salvo-condutos para as pessoas asiladas não admitem mais espera. As consequências da inação podem ser irreparáveis.” “É necessário garantir […] o fim da hostilidade e do terror psicológico exercido pelo regime de Nicolás Maduro contra a missão diplomática argentina e as pessoas sob sua proteção. A passividade ou demora na ação só contribuirão para agravar a situação”, apontou o comunicado. Embaixada sob custódia do Brasil Os opositores estão na embaixada desde março e foram acusados de “terrorismo” pelo regime do presidente Nicolás Maduro. Todos esperam salvo-condutos para sair do país. Os funcionários da embaixada argentina deixaram a Venezuela em agosto, após o presidente Javier Milei não reconhecer a suposta vitória de Maduro nas eleições presidenciais. À época, o líder venezuelano rompeu as relações diplomáticas com a Argentina. O Brasil, então, assumiu a custódia da embaixada. Embora a Venezuela tenha revogado a permissão brasileira para guardar o imóvel, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que continuaria defendendo os interesses da Argentina.