A queda na taxa argentina deu espaço para a Turquia, agora líder da lista com juro básico na casa dos 50%. Os dados constam em levantamento do MoneYou, que divulga periodicamente um ranking com as maiores taxas de juros do mundo. Quando considerado o juro real, a Argentina continua com a menor taxa do mundo, em -42,36%. O saldo é negativo porque o país enfrenta uma inflação altíssima, que chegou a 289,4% no acumulado de 12 meses, em abril. O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. Os juros na Argentina Esse também foi o quarto corte da taxa de juro do país em pouco mais de um mês. Em 11 de abril, por exemplo, a taxa foi reduzida de 80% para 70%. Desde então, foram anunciados outros três cortes de 10 pontos percentuais. A queda da taxa ocorre em meio a um crescente otimismo do banco central argentino quanto à redução da inflação. Vale lembrar que a elevação dos juros é uma das principais ferramentas utilizadas pelos bancos centrais para tentar combater a alta dos preços. Elogios do FMI e cenário de pobreza Na esteira do cenário econômico, o Fundo Monetário Internacional (FMI) tem feito elogios ao governo do presidente argentino Javier Milei. Na última segunda-feira (13), o FMI também anunciou um acordo que permite o desembolso de quase US$ 800 milhões (R$ 4,1 bilhão) ao país. A organização destacou o “primeiro superávit fiscal trimestral em 16 anos, a rápida queda da inflação, a mudança de tendência das reservas internacionais e uma forte redução do risco soberano”. Por outro lado, especialistas alertam que o superávit foi conseguido com cortes de gastos que não são sustentáveis no tempo: milhares de demissões, paralisação de obras públicas e deterioração de salários e aposentadorias em um país com a metade de seus 47 milhões de habitantes na pobreza. Argentinos estão comendo menos carne