Lar Mundo Após ‘tiro no pé’, presidente da Coreia do Sul que decretou lei marcial pode enfrentar impeachment

Após ‘tiro no pé’, presidente da Coreia do Sul que decretou lei marcial pode enfrentar impeachment

por admin
0 comentário
apos-‘tiro-no-pe’,-presidente-da-coreia-do-sul-que-decretou-lei-marcial-pode-enfrentar-impeachment

O principal partido de oposição, o Partido Democrático, pediu que Yoon, que está no cargo desde 2022, renunciasse ou fosse afastado do cargo. “Mesmo que a lei marcial seja suspensa, ele não pode evitar as acusações de traição. Foi claramente revelado para toda a nação que o presidente Yoon não poderia mais administrar o país normalmente. Ele deve renunciar”, disse Park Chan-dae, membro sênior do partido na Assembleia Nacional, em um comunicado. Yoon declarou a lei marcial para impedir a ação de “forças antiestatais” que estariam atuando em suposto conluio com a oposição. Mas os parlamentares rejeitaram o decreto, na maior crise política da Coreia do Sul em décadas. O decreto que instituía a lei marcial, que Yoon disse ter como alvo seus adversários políticos, foi rejeitada por 190 membros da Assembleia Nacional. De acordo com a legislação sul-coreana, o presidente precisa suspender imediatamente a lei marcial se o Parlamento exigir isso por maioria de votos. O próprio partido de Yoon pediu que ele revogasse o decreto. Ao saberem do recuo do presidente, manifestantes reunidos do lado de fora do Parlamento gritaram e bateram palmas. “Nós vencemos!”, entoavam. “A Coreia do Sul, como nação, se esquivou de um tiro, mas o presidente Yoon pode ter dado um tiro no próprio pé”, disse Danny Russel, vice-presidente do think tank Asia Society Policy Institute, nos Estados Unidos, à agência de notícias Reuters. Escândalos e baixa popularidade Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; entenda o termo Yoon foi eleito presidente em maio de 2022, por uma margem inferior a 1%, como candidato da direita pelo Partido do Poder Popular. Novato na política, ele ganhou a atenção pública como promotor após investigar alguns dos escândalos de corrupção mais notórios do país. O político sul-coreano assumiu o poder com o desafio de reduzir o custo de vida e os preços elevados das moradias, além de combater o aumento da desigualdade e do desemprego entre os jovens. Seu governo, no entanto, se viu envolvido em acusações de corrupção. A primeira-dama, por exemplo, foi gravada recebendo como presente uma bolsa de luxo avaliada em quase R$ 11 mil. O valor ultrapassa o que é permitido pela lei. Pesquisas indicam que o trabalho de Yoon vem sendo reprovado pela população sul-coreana. As taxas de aprovação do governo estão em torno de 20%, o que tem gerado uma pressão política sobre o presidente. Crise política Deputados de oposição da Coreia do Sul votam para derrubar a lei marcial decretada pelo presidente — Foto: Yonhap via REUTERS Em abril deste ano, o Partido Democrata — de oposição a Yoon — venceu com ampla vantagem as eleições parlamentares. Com isso, a legenda ampliou o controle da Assembleia Nacional, conquistando mais de 170 das 300 cadeiras da Casa. À época, Yoon fez um pronunciamento prometendo mudanças no governo e políticas para estabilizar a economia na Coreia do Sul. Enquanto isso, a oposição aprovou moções para investigar a primeira-dama. Todos os projetos acabaram sendo vetados pelo presidente. Na semana passada, o Partido Democrata rejeitou o orçamento do governo e avançou com um plano de revisão de gastos, cortando o equivalente a mais de R$ 17 bilhões. A medida irritou o gabinete presidencial, sendo que a porta-voz do governo chamou a ação de “tirania parlamentar”. Ao anunciar a lei marcial nesta terça-feira, Yoon descreveu a oposição como “forças pró-Coreia do Norte, sem vergonha, que estão saqueando a liberdade e a felicidade” dos sul-coreanos. Presidente da Coreia do Sul declara lei marcial e horas depois cancela decreto

você pode gostar