A inovação, segundo os pesquisadores, está justamente na praticidade e facilidade para utilização do equipamento. Atualmente, para receber o diagnóstico, os pacientes respondem a um questionário e passam pelo exame de polissonografia noturna, realizado durante o sono. 😴 Na polissonografia noturna, os pacientes têm sensores e eletrodos fixados na pele, além de um clipe em um dos dedos. Enquanto eles dormem na clínica, os médicos realizam exames como eletroencefalograma, eletrocardiograma e análise do fluxo nasal de ar. O novo aparelho desenvolvido pelos pesquisadores é portátil e coleta dados por meio de análise do fluxo respiratório e da oximetria de pulso, ou seja, a quantidade de oxigênio no sangue. Com base nessas informações, é possível descartar ou confirmar a apneia. “A pessoa pode, ela mesma, colocar no nariz, colocar o dispositivo no dedo e sai usando. Não existe uma dificuldade para ser operado, ele pode levar para casa e fazer em casa, no ambiente em que já está acostumado a dormir, com um pouco mais de conforto do que um exame completo”, explica o pesquisador Fabrício Nogueira Ditzz de Souza. 👉 Segundo o professor Antônio Augusto Fasolo Quevedo, o aparelho funciona como uma triagem de alto grau de confiança, substituindo o questionário. Em casos mais graves da doença, ele já pode dar o diagnóstico. O desenvolvimento tem custo de cerca de R$ 50, e sensores parecidos no mercado custam mais de R$ 800. “Essa é uma etapa de filtragem inicial, que permite que o médico leve apenas aqueles casos realmente suspeitos de apneia para o exame mais completo, que aí, se é SUS, o paciente tem que entrar numa fila e vai demorar. Inclusive, ajuda a diminuir as filas, se você tiver menos pacientes necessitando passar por esse exame”, complementa. Os pesquisadores estão em processo de pedido de patente e buscam parcerias com startups e empresas para colocar o produto no mercado. Mesmo sendo uma opção a mais para ajudar os pacientes, o acompanhamento com o médico continua essencial para o tratamento. Aparelho desenvolvido na Unicamp promete tornar diagnóstico de apneia do sono mais rápido e barato — Foto: Reprodução/EPTV O que é apneia do sono? 💤 Pneumologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, Ricardo Siufi explica que a apneia do sono consiste em “episódios repetitivos de obstrução na garganta ao longo do sono”. “A nossa garganta tem uma musculatura de sustentação, e ao longo do sono essa musculatura de sustentação pode perder o que a gente chama de tônus, que a mantém aberta, e por isso nós podemos ter episódios de obstrução da via aérea alta do longo do sono”, detalha. Há 20 anos, o aposentado Júlio Roberto Soares recebeu o diagnóstico de apneia do sono e precisou mudar a rotina noturna. Para diminuir o efeito do problema, ele precisa dormir com um aparelho que bombeia o ar do ambiente diretamente para as narinas. “Ele fica a noite inteira, você usa ele no nariz e ele fica soprando direto, de forma que você tenha oxigênio. Ele fica mandando, mandando, mandando oxigênio e você respira direto. Meu ritmo de sono melhorou muito, não ronco mais, realmente minhas noites passaram a ser muito bem dormidas”, relata. Júlio Roberto Soares foi diagnosticado com apneia do sono há 20 anos — Foto: Reprodução/EPTV VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região