Alunos da rede pública são maioria entre inscritos em graduação para cientistas em Campinas

Alunos da rede pública são maioria entre inscritos em graduação para cientistas em Campinas

Dos 1.488 estudantes inscritos no processo seletivo para ingresso em 2025 na Escola de Ciência Ilum, em Campinas (SP), 61,6% vieram de escolas da rede pública. Além disso, 48% dos candidatos são mulheres. Os números representam alta em relação ao processo seletivo anterior, feito em 2023, para ingresso no ano seguinte. À época, 50% dos candidatos eram de escolas públicas, e 46,9% eram mulheres com o sonho de se tornarem cientistas. Diretor da escola de ensino superior, o físico Adalberto Fazzio atrela o aumento na parcela de candidatos do ensino público às políticas de permanência oferecidas pela instituição, como vale-alimentação, transporte e moradia gratuitos. “Você estudar numa universidade pública não significa que vai conseguir ficar nessa escola pública. Quanto custa um aluno estudar em São Paulo, estudar em Brasília numa universidade? É caro. Mesmo a escola sendo pública. Eles precisam ter um apoio, e aqui eles têm esse apoio”, afirma. Em relação às regiões de origem dos candidatos, prevalecem os moradores do Sudeste do Brasil, com 74% dos inscritos em 2024; seguidos pelo Nordeste, com 9,5%; e o Norte, com 6,5%. Veja no gráfico abaixo. ‘Cientista cidadão’ Engana-se quem acha que o curso superior é focado integralmente em disciplinas como química, física e matemática. Durante a graduação, os estudantes também aprendem sobre ciências humanas com o objetivo de se tornarem “cientistas cidadãos”. A nossa preocupação é gerar ruídos, críticas. É um pensamento mais complexo do que significa justamente fazer ciência dentro de determinada sociedade, determinada problemática, que é o nosso século 21 e os desafios que se apresentam. — Ivia Minelli, historiadora e professora da área de humanidades da Ilum Para Minelli, o que chama a atenção do corpo docente em relação aos últimos processos seletivos é que, ano após ano, os alunos aprovados se mostram curiosos e críticos. Além disso, a presença de mulheres na ciência é um assunto debatido dentro da sala de aula. “Temos um espaço muito acolhedor e muito responsável em apresentar a problemática das mulheres na ciência. Isso é uma preocupação nossa, que faz parte da composição de uma perspectiva crítica da sociedade em que a gente atua como cientistas”, complementa. Escola em Campinas (SP) oferece moradia, alimentação e transporte para quem quiser ser um cientista O que é? Criado por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que abriga o laboratório de luz síncrotron Sirius, o curso tem três anos de duração e, desde o primeiro período, os alunos têm acesso a laboratórios de ponta e desenvolvem os próprios projetos. Quem é aprovado na Ilum pode atuar no futuro como pesquisador em instituições públicas e privadas ou alcançar alto nível para trabalhar em diferentes segmentos relacionados à tecnologia. Saiba mais sobre o processo seletivo aqui. Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração — Foto: Nelson Kon VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região

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