O g1 teve acesso aos dois boletins de ocorrência sobre o caso. O primeiro foi registrado pelo pai do menino no final de setembro, quando a criança desmaiou após passar mal e ser levada ao hospital. Já o outro foi registrado pela tia materna depois da morte do menino em um hospital de Indaiatuba. No boletim de ocorrência registrado pela tia da vítima, ela relatou à polícia que soube que o sobrinho teria sido internado no Hospital Augusto de Oliveira Camargo, em Indaiatuba, pelo pai, sendo que a vítima estava desacordada. Por volta das 17h do mesmo dia, a unidade de saúde comunicou a morte da criança à família. À Polícia Civil, a tia de Enzo disse que, cerca de um mês antes, o sobrinho teria deixado Itaquaquecetuba e ido para Indaiatuba, com suspeitas de ter ingerido chumbinho. O caso foi registrado pela Delegacia de Indaiatuba como morte suspeita. O g1 questionou a Secretaria do Estado da Segurança Pública (SSP) se o pai do menino foI ouvido pela polícia e se foi detido. A SSP informou que “todos os fatos relacionados ao caso estão sob investigação, mas os detalhes precisam ser preservados para não impactar o trabalho policial e por envolver um menor de idade.” A SSP também informou que o caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Itaquaquecetuba, que instaurou inquérito policial, e aguarda o resultado do laudo do IML, em elaboração, para esclarecimento da morte e elucidação dos fatos. A SSP não informou se o pai é tratado como suspeito no caso. O g1 tentou contato com o pai da vítima, mas não tinha conseguido até a última atualização desta reportagem. A Prefeitura de Itaquaquecetuba emitiu uma nota lamentando a morte do menino, que era matriculado na rede municipal de ensino. “É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do estudante Enzo Gabriel de Oliveira dos Santos Nero, do 1º ano – EMEB José Piacentini/Itaquaquecetuba. Neste momento de dor, solidarizamos com a família e amigos”, informa a nota. Suspeita de envenenamento No primeiro boletim de ocorrência registrado em 27 de setembro por Henrique de Oliveira Dias, pai de Enzo, ele disse que o menino saiu de casa para ir à escola e que, após voltar da aula, passou a se queixar de tonturas e dores de cabeça. Mesmo assim, a criança ainda foi ao apartamento de sua avó, que fica no mesmo prédio, para buscar pilhas. No final da tarde, Enzo piorou e passou a apresentar tremores e fraqueza. Em seguida, o menino desmaiou e foi levado para o hospital, onde segundo o pai, teve de ser reanimado com desfibrilador e levado para a Unidade de Terapia Intensiva. Ainda segundo o boletim de ocorrência, foi expedido uma guia de exame junto ao Instituto Médico Legal (IML) para confirmar suspeitas de intoxicação. O pai foi encaminhado e orientado a apresentar toda a papeleta médica. De acordo com a segunda edição do boletim de ocorrência, do dia 2 de outubro, conselheiras tutelares disseram que foram acionadas pelo Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, onde foram informadas pelos médicos sobre o quadro de saúde do paciente Enzo. Elas afirmaram que o menino, que havia sido internado com suspeita de intoxicação por envenenamento, restabeleceu a consciência por alguns instantes e disse aos médicos que, pouco antes de sentir-se mal, teria ingerido um refrigerante oferecido pelo próprio pai e que, dentro da bebida, havia um comprimido de cor preta. As conselheiras também informaram que foi constatado pelo exame de sangue que a criança foi intoxicada por chumbinho. O boletim de ocorrência também diz que, na madrugada do dia 2 de outubro, a madrasta de Enzo foi vista no quarto onde ele estava, apertando o pescoço do menino, com o objetivo de asfixiá-lo. Além disso, as conselheiras tutelares afirmaram que compareceram à DDM de Itaquaquecetuba para que providências legais fossem tomadas sobre os fatos, com o relatório médico do hospital onde o menino foi internado. O g1 questionou a SSP se a madrasta foi ouvida pela polícia e se foi detida. E também se é tratada como suspeita. Mas a SSP informou apenas que “a autoridade aguarda o resultado do laudo do IML, em elaboração, para esclarecimento da morte e elucidação dos fatos” e que “detalhes serão preservados por envolver menor de idade”. O g1 questionou a SSP sobre mais detalhes do caso. Segundo a pasta, a Delegacia de Defesa dos Direitos das Mulheres (DDM) de Itaquaquecetuba é a responsável pela investigação, por meio de inquérito policial. O que diz a Prefeitura de Itaquaquecetuba Em nota, a Prefeitura de Itaquaquecetuba informou que o Conselho Tutelar III acompanhou o caso para garantir a proteção e assegurar os direitos da criança, conforme estipulado na Lei Federal 8069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ainda segundo a administração municipal, o órgão registrou um boletim de ocorrência para apuração dos fatos e acionou a Promotoria da Infância e Juventude de Itaquaquecetuba. “Diante dos indícios, procedeu-se com o afastamento provisório da criança, conforme o artigo 101 do ECA, que ficou sob a responsabilidade da avó materna.” O acompanhamento do núcleo familiar foi solicitado ao Conselho Tutelar de Indaiatuba, onde a avó mora, e o caso está sendo investigado pela polícia. O Conselho Tutelar informou ainda que mantém o sigilo dos atendimentos realizados em conformidade com as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social. Perícia aponta que meninos morreram envenenados com chumbinho Perícia aponta que meninos morreram envenenados com chumbinho Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê
Polícia investiga morte de menino de 7 anos de Itaquaquecetuba por suspeita de envenenamento
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