Ela foi morta a facadas na Vila Gustavo, na zona norte de São Paulo (SP), no domingo (19). A Polícia Civil está investigando o caso. Segundo um amigo da vítima, ela desapareceu em São Paulo na quinta-feira (18) e parou de receber mensagem no celular. Naira, que morava na Cidade Aracy em São Carlos, estava na capital a trabalho. “Ela foi torturada por vários dias . Quem a matou chamou um amigo para dispensar o corpo e essa pessoa se entregou na delegacia e contou o que aconteceu. A polícia já identificou o autor do crime, mas ele está foragido”, contou Emerson Pavani, amigo da vítima e presidente da ApoLGBT de São Carlos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar foi acionada por um inquilino de 30 anos do local onde ocorreu o crime, que relatou que o proprietário, de 50 anos, confessou ter matado uma pessoa e que o corpo estava no imóvel. Ao chegarem, os policiais encontraram a vítima com sinais de violência e uma faca próxima ao corpo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e confirmou a morte. O caso foi registrado como homicídio no 73º DP (Jaçanã), que requisitou perícia. De acordo com a SSP, as investigações seguem por meio de inquérito policial instaurado pelo 39º DP. Entre os conhecidos, Naira era considerada uma pessoa amigável. “A família está muito abalada. A Naira era uma pessoa super tranquila e divertida, todos gostavam dela”, disse Pavani. Vítima do preconceito e intolerância A ONG Associação da Parada da Diversidade São Carlos (APOLGBT) publicou uma nota de luto pelo assassinato de Naira, dizendo que ela foi vítima de preconceito e que há necessidade urgente de enfrentar a onda de intolerância que cresce no país. Veja abaixo: “A APOLGBT São Carlos vem a público lamentar profundamente a triste partida da jovem Naira Victoria, vítima do preconceito e intolerância que assolam nossa sociedade.Nossa mais sincera solidariedade e respeito à família e à comunidade LGBTQIAPN+ de São Carlos.Infelizmente, mais uma vez, o ódio ceifa a vida de uma jovem, reforçando a necessidade urgente de enfrentarmos a onda de intolerância crescente no país. As atitudes conservadoras e repressoras precisam ser combatidas, pois silenciam e calam nossas vozes, resultando em mortes.O Brasil, infelizmente, lidera o ranking de mortes de LGBTQIAPN+ no mundo. Jovens são assassinadas ou se suicidam por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero, por não serem aceitas pelas famílias ou por sofrerem LGBTfobia.É inaceitável que pessoas morram por quem são. É absurdo!Descanse em paz, Naira.Sua energia e alegria permanecerão em nossos corações.Homenagem:Naira, sua memória e luta permanecerão conosco.Não nos calaremos.Continuaremos lutando.Em respeito e solidariedade,APOLGBT São Carlos” REVEJA VÍDEOS DA EPTV CENTRAL:
Mulher trans morta a facadas em São Paulo é enterrada em São Carlos
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