Os drinks, salgados e doces são feitos com Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) e “germinaram” após o encontro da gastróloga Amanda Sene Ciomino, 32 anos, e da farmacêutica-bioquímica Barbara Paes Miglioli da Mata, 31 anos. Em uma oficina educativa sobre Pancs em um congresso farmacêutico da Unesp Araraquara, elas alinharam teoria e prática que deram como resultado o empreendimento Germina Bar e Cozinha. O convite partiu de Bárbara, que se especializou em Pancs em seu mestrado em fitoquímica e chamou a amiga e chef vegana Amanda para realizar uma oficina prática sobre desgustação de alimentos não convencionais, em 2022. Ali se iniciava o trabalho dos sonhos que usaria um cardápio vegano para tornar a experiência mais inclusiva. “Nossa formação nos levou a aprofundar os estudos em plantas poucos conhecidas, mas que tem potenciais alimentícios. Eu como vegana, sempre me reinventei na cozinha. Já a Babi se aproximou das Panc no mestrado, quando estudou a fitoquímica de algumas delas. Mas era consenso em nós duas que precisávamos espalhar o que sabíamos e isso começava com fazer drinks e comidas com tais plantas para que outras pessoas provassem e conhecessem o conceito e, sobretudo, o potencial delas. O projeto começou com essa função educativa”, contou Amanda. Amanda Sene (Mandi) e Fabiana da Mata (Babi) transformam plantas e flores em drinks e rangos veganos — Foto: Arquivo pessoal Cores e sabores exclusivos Drinks são feitos com plantas e flores como a flor de clitoria (esquerda) — Foto: Arquivo pessoal O visual dos drinks e pratos são caprichados e chamam a atenção. As cores vibrantes das bebidas são todas naturais e saem das tinturas de ora pro ora-pro-nóbis, moringa oleifera (planta medicinal), flor de clitória e cúrcuma. As empreendedoras explicaram que, às vezes, as Pancs podem ser usadas apenas como uma complementação do prato ou bebida. “A gente sempre preza pela harmonização tanto de sabores quanto visual. Todos nossos drinks autorais são elaborados com base em testes, isso inclui a melhor forma de incorporar uma Panc nele. Às vezes é um complemento, como uma guarnição. Outras vezes, ela atribui cor e, outras, atribui sabor”, disse Bárbara. Os ingredientes são uma atração à parte, raramente ou nunca vistos em outros cardápios da cidade. “Também fazemos preparos alimentícios não convencionais, que é quando usamos uma planta já conhecida, porém, de forma não usual, como por exemplo os salgados de casca de banana e carne de caju. Algumas das plantas que usamos são: jatobá (fruto), flor de primavera e de clitoria”, comentou Babi Uma das receitas queridinhas é a PANCqueca. O alimento é feito com farinha de jatobá que confere à massa um gosto de queijo vegetal. Drinks-homenagens As amigas participam de feiras de Economia Criativa de Araraquara e criaram laços fortes com clientes, tanto que alguns até batizam os drinks da dupla. “É uma relação de amizade com eles, temos clientes incríveis e como forma de homenagear e retribuir, batizamos algumas de nossas receitas mais tradicionais com o nome de clientes queridas, como é o caso do Gin tônica da Déia”, contou Amanda. PANCqueca é feita com farinha de jatobá que confere à massa um gosto de queijo vegetal — Foto: Arquivo pessoal Fora a venda dos quitutes, elas ministram oficinas na Unesp Araraquara, UFSCar e em espaços privados. Assim, as amigas vão semeando as possibilidades culinárias fora do padrão e ensinando na teoria e prática sobre alimentação saudável e alimentos não convencionais. REVEJA VÍDEOS DA EPTV CENTRAL:
Da universidade ao prato: amigas inventam drinks e comidas feitas com flores e plantas em Araraquara
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