O documento divulgado pelo conselho nesta quinta-feira (3) contou com o apoio dos 15 países, incluindo os Estados Unidos –os EUA são o maior aliado de Israel. O comunicado foi lido pela embaixadora da Suíça na ONU em reunião do Conselho de Segurança nesta quinta. Na diplomacia, a classificação de alguém como “persona non grata” significa que essa pessoa — geralmente um chefe de governo ou um diplomata — não é bem-vinda em um país. A “persona non grata” não é necessariamente proibida de entrar no país. Além de ter se tornado “persona non grata” para Israel, Guterres está proibido de entrar no país. A decisão, inédita na guerra no Oriente Médio, é um protesto pelo fato de a ONU não ter condenado “de forma inequívoca” o ataque com mísseis lançado pelo Irã ao território israelense na terça-feira (1º). (Leia mais abaixo) ‘Chuva de mísseis’ é vista nos céus de países Oriente Médio em ataque do Irã contra Israel ‘Persona non grata’ Israel declarou António Guterres como “persona non grata” nesta quarta-feira (2). “Qualquer um que seja incapaz de condenar de maneira inequívoca o ataque hediondo do Irã contra Israel não merece pisar em solo israelense. Este é um secretário-geral anti-Israel, que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, em um comunicado. No caso de Guterres, no entanto, sua entrada em Israel também foi banida, ainda de acordo com o chanceler israelense. A ONU ainda não havia se manifestado sobre a classificação de Israel a Guterres até a última atualização desta reportagem. Resposta a ataque Gif com mísseis sobre Tel Aviv — Foto: Reuters O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta quarta-feira (2) para discutir a crise no Oriente Médio. Na terça-feira (1º), o Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel. Projéteis cruzaram os céus de cidades importantes, como Tel Aviv e Jerusalém. Parte dos artefatos foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel. Vários países, como Estados Unidos, Reino Unido e França, condenaram o ataque do Irã contra Israel. A comunidade internacional voltou a pedir por uma desescalada no conflito no Oriente Médio. O Ministério das Relações Exteriores do Irã apelou ao Conselho de Segurança da ONU para que tome “ações significativas” para evitar ameaças contra a paz e a segurança regionais. A reunião do órgão está marcada para as 11h, pelo horário de Brasília. Em contrapartida, o governo do Irã garantiu que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma resposta “subsequente e esmagadora”, além de uma “grande destruição” para infraestruturas israelenses. Troca de ataques Irã atacou diretamente Israel pela primeira vez em abril deste ano. À época, o país lançou mísseis e drones contra o território israelense em resposta a um bombardeio que atingiu a embaixada do Irã em Damasco, na Síria. O Irã responsabilizou Israel pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país. Nos últimos dias, o Irã voltou a prometer uma resposta à Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano. Novo ataque do Irã Irã lança mísseis contra Israel Depois de semanas de promessas, uma ação militar do Irã veio nesta terça-feira, com o disparo de cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel. A maior parte foi direcionada a Tel Aviv e foi interceptada pela defesa israelense. Não houve registro de mortes ou grandes estragos. Diante do ataque, os militares israelenses emitiram uma ordem para que a população procurasse por abrigos e bunkers. Sirenes de aviso tocaram por todo o país. O espaço aéreo também foi fechado. Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada. A agência de notícias estatal iraniana afirmou que alguns artefatos atingiram locais controlados por Israel no território palestino da Cisjordânia. O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade e que não houve registro de prédios ou residências atingidos. O chefe do Conselho de Segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que o ataque iraniano não atingiu nenhuma infraestrutura estratégica de Israel. Além disso, não há relatos de mortes. O governo do Irã disse que, após o envio de mísseis, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido e a salvo. Ataque a tiros em Jaffa, no sul de Tel Aviv, deixa mortos Invasão ao Líbano A operação foi batizada de “Setas do Norte” e aprovada de acordo com uma decisão “política”, segundo as Forças de Defesa de Israel. Os militares disseram que a ação continuará de acordo com a avaliação situacional dos militares e em paralelo ao combate na Faixa de Gaza. Dias antes da invasão, Israel já estava bombardeando diferentes regiões do Líbano, incluindo a capital Beirute. A invasão ocorreu após mais de uma semana em que Israel vem bombardeando diferentes regiões do Líbano, inclusive a capital, Beirute, em uma ação que marcou um novo conflito na guerra do Oriente Médio. Israel e Hezbollah vêm trocando ataques desde outubro de 2023, quando o grupo extremista baseado no Líbano lançou foguetes contra o território israelense em solidaridade aos terroristas do Hamas e à guerra na Faixa de Gaza. Veja onde fica o Líbano — Foto: Arte/g1 Histórico do conflito Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida. Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos: Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute. VÍDEOS: mais assistidos do g1
Conselho de Segurança da ONU manifesta apoio a secretário-geral, declarado ‘persona non grata’ por Israel
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