Lar Cidades Baixo nível educacional, depressão e poluição do ar são fatores de risco para o Alzheimer, alerta geriatra: ‘Monitorá-los pode evitar ou retardar doença’

Baixo nível educacional, depressão e poluição do ar são fatores de risco para o Alzheimer, alerta geriatra: ‘Monitorá-los pode evitar ou retardar doença’

por admin
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O g1 entrevistou a médica geriatra da Santa Casa de Piracicaba (SP), Mariana Kairalla Andreazzi. A especialista listou os principais fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer e, entre eles, destacou o baixo nível educacional, idade, depressão e poluição do ar, sedentarismo, perdas de visão e audição, além de alto nível de colesterol no sangue entre os agentes potenciais provocadores de demências. A boa notícia, segundo a médica é que conhecer esses aspectos, trata-los e monitorá-los, pode ajudar a evitar ou retardar o avanço da doença. De acordo com a médica pós-graduada em geriatria e cuidados paliativos, os números divulgados pelo Departamento Regional de Saúde de Piracicaba demonstram que a região de Piracicaba segue os padrões de aumento exponencial nos casos de Alzheimer que também ocorre em cenário nacional. “Até o meio de 2024, já temos mais da metade dos diagnósticos registrados em todo ano passado. Isso só confirma que a doença vem aumentando. No Brasil, são 100 mil novos casos por ano”, ressalta a especialista. “Olhando para os dados do DRS-X, o principal fator de risco é a idade. Quanto mais idoso, maior a chance de se ter Alzheimer. E, depois, vem a questão do gênero, quanto maior a idade observada, mais presente está a demência nas mulheres que em homens. Quanto mais jovem, [na faixa da terceira idade], a partir dos 69 anos, também começa a prevalência entre os homens”, comentou. A médica geriatra ressalta que além da idade, há outros fatores de risco que precisam ser conhecidos para adoção de medidas de prevenção e até para retardar o surgimento, o desenvolvimento e o avanço do Alzheimer. “Se tivermos uma atenção maior para esses fatores de risco, as chances de diminuir os casos são grandes, como também de preveni-la ou de adiar a evolução da doença. Conhecer esses [agentes], portanto, é fundamental”, reforça. “Um estudo publicado recentemente na revista científica sobre medicina, The Lancet, apontou que, aproximadamente, 45% das demências poderiam ser adiadas a partir do domínio de fatores de risco”, salientou. A região de Piracicaba (SP) registrou 563 novos diagnósticos de Alzheimer, no primeiro semestre de 2024, em pacientes atendidos em unidades de saúde do Departamento Regional de Saúde (DRS-X). — Foto: Santa Casa de Piracicaba/Aquivo/Reprodução O estudo da revista científica The Lancet, menciona a médica, elencou os 12 principais fatores de risco para o Alzheimer e, segundo a especialista, mais recentemente outros dois aspectos foram adicionados a lista, a seguir, que foi o colesterol e a perda de visão. “É importante falar sobre isso, ainda mais no mundo de hoje em a ‘fast food’ é muito presente na alimentação da população; muitas vezes não há realização de exames de controle e/ou preventivos e de rotina com frequência; muito sedentarismo. Então, temos que alertar as pessoas para a importância de mudar o estilo de vida para tentar modificar o caminho desses fatores de risco e diminuir a ocorrência do Alzheimer”, indicou. ⚠️Fatores de risco 🧠Baixo nível educacional/ cognitivo 🏃‍♀️Sedentarismo/Falta de atividade física 🍺 Consumo excessivo de álcool 🙎‍♂️Falta do contato social 🗣️Lesões graves na cabeça A médica geriatra alerta que “é preciso agir sobre cada fator de risco listado pelos estudos mais recentes para tentar diminuir o número de novos casos de Alzheimer”, que vem crescendo cada vez mais, conforme a especialista. “Sabemos que a baixa escolaridade é um fator de risco”, aconselhou. “Temos que, o quanto antes, fornecer e incentivar educação de boa qualidade para o paciente ter uma reserva cognitiva e ser ativo neste aspecto na meia idade”, especificou. Novos fatores à lista Entre os dois novos itens que agravam os riscos para desenvolvimento do Alzheimer, conforme apontado na lista acima, estão a perda de visão e o colesterol. Sobre esses aspectos, a médica aponta a importância de políticas públicas voltadas à prevenção. “Disponibilizar aparelhos auditivos para todos os pacientes que tenham perda auditiva e tratar também a perda de visão, ter políticas públicas para triagem e disponibilizar óculos e demais tratamento de deficiência visual”, pontua. 🤔Prevenção na meia idade: E quando chega aos 40? A médica aponta que o monitoramento e tratamento de altos níveis de colesterol dos pacientes na meia idade, por volta dos 40 anos, é uma forma imprescindível de evitar o aparecimento da demência. “Às vezes, nessa faixa etária, os pacientes nem vão ao médico, não fazem os exames de rotina e quando vai ver o índice já do LDL, que é o colesterol ruim, está super alto. É preciso tratar, porque isso pode evitar o surgimento do Alzheimer. Além disso, é importante cuidar da alimentação, com uma dieta mais saudável, com menos sal e açúcar”, adverte. Idade avançada, batimentos cardíacos irregulares, dificuldade em realizar tarefas do dia a dia, pertencer ao sexo feminino: indicadores de declínio cognitivo mais severo em pacientes com Alzheimer — Foto: Tirol Kliniken/Gerhard Berger, CC-BY 4.0 📈Levantamento Dados da Secretaria de Estado de Saúde, enviados a pedido do g1, indicam que, somente nos sete primeiros meses de 2024, de janeiro a julho deste ano, foram realizados 563 atendimentos ambulatoriais a pacientes com Alzheimer nas cidades abrangidas pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) de Piracicaba. Em todo o ano de 2023, foram 722 atendimentos ambulatoriais a pessoas diagnosticadas com a doença, sendo 395 dos pacientes com idade entre 75 e 79 anos. Confira os números em detalhes, a seguir, na reportagem. O Departamento Regional de Saúde de Piracicaba (DRS-X) é formado pelos municípios de Águas de São Pedro (SP), Analândia (SP), Araras (SP), Capivari (SP), Charqueada (SP), Conchal (SP), Cordeirópolis (SP), Corumbataí (SP), Elias Fausto (SP), Engenheiro Coelho (SP), Ipeúna (SP), Iracemápolis (SP), Itirapina (SP), Leme (SP), Limeira (SP), Mombuca (SP), Piracicaba (SP), Pirassununga (SP), Rafard (SP), Rio Claro (SP), Rio das Pedras (SP), Saltinho (SP), Santa Cruz da Conceição (SP), Santa Gertrudes (SP), Santa Maria da Serra (SP) e São Pedro (SP). Musculação no combate ao Alzheimer — Foto: Reprodução/TV Globo Os atendimentos ambulatoriais entre janeiro e julho de 2024, de acordo com a faixa etária e gênero, foram: Total de janeiro a julho de 2024: 563 diagnósticos Entre 75 e 79 anosHomens: 108 diagnósticos no períodoMulheres: 223 diagnósticos no períodoTotal atendido: 331 pacientes Entre 70 e 74 anosHomens: 62 diagnósticos no períodoMulheres: 34 diagnósticos no períodoTotal atendido: 96 pacientes Entre 65 e 69 anosHomens: 19 diagnósticos no períodoMulheres: 4 diagnósticos no períodoTotal atendido: 23 pacientes Entre 60 e 64 anosHomens: 1 diagnóstico no períodoMulheres: 106 diagnósticos no períodoTotal atendido: 107 pacientes Entre 55 e 59 anosHomens: 0Mulheres: 2 diagnósticos no períodoTotal atendido: 2 pacientes Entre 45 e 49 anosHomens: 0Mulheres: 4 diagnósticos no períodoTotal atendido: 4 pacientes Em todo o ano de 2023, os atendimentos ambulatoriais, de acordo com a faixa etária e gênero, foram: Total entre janeiro de dezembro de 2023: 722 diagnósticos Entre 75 e 79 anosHomens: 187 diagnósticos no períodoMulheres: 208 diagnósticos no períodoTotal atendido: 395 pacientes Entre 70 e 74 anosHomens: 44 diagnósticos no períodoMulheres: 83 diagnósticos no períodoTotal atendido: 127 pacientes Entre 65 e 69 anosHomens: 42 diagnósticos no períodoMulheres: 17 diagnósticos no períodoTotal atendido: 59 pacientes Entre 60 e 64 anosHomens: 0Mulheres: 135 diagnósticos no períodoTotal atendido: 135 pacientes Entre 55 e 59 anosHomens: 4 diagnósticos no períodoMulheres: 2 diagnósticos no períodoTotal atendido: 6 pacientes VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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