Os alunos dos 2ºs e 3ºs Anos do Ensino Médio do ESI-Colégio São José, de Santo André, SP, nos primeiros dias de setembro, aprofundaram a geografia das migrações. O projeto faz parte dos conteúdos das aulas de geografia da professora Larissa Giroldo e conta com a colaboração da missionária e jornalista scalabriniana, Irmã Rosa Martins. Vatican News De acordo com a Irmã Rosa, a intenção é ajudar os alunos a compreenderem os processos de deslocamento humano pelo espaço geográfico, neste caso específico, as travessias de menores estrangeiros não acompanhados que tem buscado, nas últimas décadas, de maneira singular os EUA e a Europa, melhores condições de vida. Um fenômeno influenciado por diversos fatores, como condições sociais, econômicas e culturais. O aumento da violência e da pobreza em países da América Latina e África, as guerras no Sudão do Sul, Ucrânia, Faixa de Gaza, Síria, tem gerado uma contínua diáspora de menores desacompanhados pelo mundo. A professora de geografia, Larissa Giroldo explica que devido ao interesse sobre os fluxos migratórios demonstrado pelos alunos”, imaginei ampliar o conhecimento deles com a experiência da Irmã Rosa com sua pesquisa e seu trabalho sobre os migrantes. A ideia era mostrar o rosto e as histórias de migrantes pelo mundo, aproximá-los dessa realidade tão intensa e atual”. “Contar sobre a história de meninos e meninas menores para alunos do Ensino Médio é muito importante e interessante porque as histórias de oportunidades são diferenciadas, mas as idades e os sonhos se assemelham. Isso lhes aproxima, facilita a sensibilidade e a compaixão e os toca profundamente, como também lhes faz pensar em todas a possibilidades que tem para realizar os seus sonhos e os incentiva a valorizar mais a vida e as facilidades que têm”, afirma Irmã Rosa. Alunos e alunas do 3º B – ESI-Colégio São José, SP Na esteira das reflexões sobre a realidade dos menores imigrantes, Irmã Rosa trabalhou com eles a importância de sonhar e de realizar os sonhos. Disse a eles que padre José Marchetti sempre a inspirou desde jovem por que dizia: ‘sonhar sim, mas realizar os sonhos’. “E a realização dos sonhos está atrelada à educação alimentar, ao cuidado consigo mesmo e com a Casa Comum. Para tornar meus sonhos realidade preciso me empenhar nos estudos, aproveitar todas as oportunidades que Deus me deu e ter uma alimentação saudável. Mcdonalds, os sucos de caixinha, muita massa, sedentarismo, etc, não nos ajudam a realizar os nossos sonhos. Precisamos comer verduras variadas e frutas, evitar o açúcar, fazer exercício físico”, acrescentou Irmã Rosa quando uma jovem lhe perguntou que idade tinha, pois se parecia tão jovem com tanta experiência. “E era interessante a reação de concordância deles, porque são adolescentes que querem ser alguém na vida e isso me deixa muito orgulhosa como scalabriniana. Haja coração! Eu também saio outra pessoa, mais humana, mais animada depois de encontros, como estes, com nossos alunos. Eles também são uma inspiração para mim. São pérolas preciosas em nossas mãos. E uma gratidão imensa à professora Larissa que há muitos anos me dá essa oportunidade em suas aulas de geografia”, relatou emocionada Irmã Rosa. Alunos e alunas do 3º B – ESI-Colégio São José, SP Leia a íntegra das ressonâncias dos alunos: Nataly Tavares Müller “É algo que faz a gente refletir bastante e é muito bom saber que a nossa escola, valoriza este tipo de trabalho junto aos refugiados. Crescemos sabendo que as missionárias fazem algo, mas o que exatamente as Irmãs daqui da escola fazem para acolher esses imigrantes? Por isso é muito legal saber que fazemos parte disso e que tem pessoas como a Irmã que estão nessa missão”. Leonardo Laurentino De Curcio (Leo) Gostei pra caramba do trabalho de pesquisa e acompanhamento da situação de menores não acompanhados pelo mundo, que a Irmã Rosa realiza. Assim, ela pode, como Irmã e jornalista, ajudar a mudar a vida de jovens que na maioria das vezes não têm esperança de que suas vidas possam ser diferentes. Ela também nos motiva a acreditarmos em nossos sonhos. Ouvir as experiências da Irmã Rosa com os menores não acompanhados no exterior expandiu minha mente, alargou minha visão de mundo. Trabalho lindo demais, Irmã Rosa. A senhora é uma inspiração para mim. Eu quero muito realizar os meus sonhos”, disse. Gabriel Marcilio Velosa 2C, 16 “O que me chamou muito a atenção na fala da Irmã Rosa foi quando ela contou que apesar de todo o sofrimento durante a travessia, os refugiados e refugiadas chegam do outro lado da margem felizes e agradecidos pela oportunidade de ter um futuro melhor”. Vitória Ferreira Góes 2C “Fiquei encantada desde o primeiro momento em que Irmã Rosa começou a cantar uma música que eu amo “Amar como Jesus amou”. Acredito que o trabalho que as Irmãs fazem com os refugiados é mais que especial, me emociona demais. Depois de tudo o que aprendi eu poucos minutos, vou aproveitar mais as oportunidades, ser mais grata por tudo o que tenho e estudar mais sobre os migrantes. Ficarei na espera de uma oportunidade para conhecer mais de perto as histórias desses refugiados. Obrigada Irmã Rosa por essa experiência”. A geografia da migração de menores na atualidade Na América Latina é significativo a fuga de menores para os EUA. Em 2023, 149 menores fizeram sozinhos, sem a tutela de um responsável a rota imigratória México-EUA. Em 2024, 167 menores não acompanhados foram capturados na fronteira. Por outro lado, tem-se acompanhado uma diminuição no número de menores acompanhados, o que pode ser um reflexo de um maior controle ou de mudanças. “Lucinda tinha 14 anos quando fez a travessia da Guatemala para os Estados Unidos. Ela foi a terceira de sua família a migrar e acompanhou, à distância, o pai adoecer sem poder fazer nada. Diego deixou Honduras com a mesma idade, após ver os pais e avós serem executados por gangues locais. Glenda vivia sendo maltratada pelos pais em El Salvador e, também com 14 anos, conseguiu deixar o país e cruzar as fronteiras até os EUA”, conta a escritora Stephanie Canizales, autora do livro Sin Padres, Ni Papeles (Sem pais ou documentos). De acordo com o Globo, em 2022, o número de crianças desacompanhadas apreendidas na fronteira dos EUA foi de 152.880, o triplo do registrado cinco anos antes: 50.036. Uma vez nos Estados Unidos, esses menores têm cada vez mais recorrido a trabalhos em fábricas, muitas vezes submetidos a jornadas extenuantes. No caso da União Europeia (UE), em 2022, 237 600 menores desacompanhados pediram requerentes de asilo no continente. Destes, a maioria, eram menores não acompanhados provenientes do Afeganistão, da Síria e da Somália. De acordo com informações da Comissão Europeia, no primeiro semestre de 2023, foram apresentados na UE, 601 600 pedidos de asilo (dos quais 556 200 eram primeiros pedidos). Este valor é 25 % superior ao registado no mesmo período de 2022 e também 52 % mais elevado do que no período pré-COVID (mesmo período de 2019). Fonte: RM Notícias Obrigado por ter lido este artigo. 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Estudantes aprofundam geografia das migrações: “alargou minha visão de mundo”
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