Lar Mundo Cerco da Venezuela à embaixada da Argentina protegida pelo Brasil: cronologia da tensão

Cerco da Venezuela à embaixada da Argentina protegida pelo Brasil: cronologia da tensão

por admin
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Na sexta-feira (6), forças venezuelanas cercaram a Embaixada da Argentina, em Caracas, que está sob custódia do Brasil desde a expulsão dos diplomatas argentinos e de outros países por não reconhecerem a vitória de Maduro.” O abastecimento de energia também foi cortado, e o local passou a ser abastecido por um gerador. Seis opositores de Maduro, alvos de mandados de prisão estão abrigados na embaixada. No sábado (7), o governo venezuelano retirou a autorização para o Brasil para proteger os interesses da Argentina, o que inclui a embaixada. No entanto, o Brasil disse que só deixará a custódia quando o governo argentino apresentar um alguém para substituí-lo na função. Veja, abaixo, a cronologia da escalada de tensão até aqui. Março de 2024: Ordem de prisão contra opositores e abrigo na embaixada Em 20 de março de 2024, a Venezuela emitiu ordem de prisão contra seis integrantes da Plataforma Unitária Democrática, a coalizão de partidos de oposição ao regime de Nicolás Maduro. O Ministério Público da Venezuela, controlado por Nicolás Maduro, acusa os seis de terrorismo, ações violentas e desestabilização do país. Seis dias depois, a Argentina confirmou que seis cidadãos venezuelanos estavam abrigados em sua embaixada. 29 de julho: Eleição e expulsão de diplomatas ➡️ Maduro se diz reeleito; ‘fraude’, diz Milei Toda a polêmica começou na madrugada do dia 29 de julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), liderado por um aliado de Nicolás Maduro, informou que o presidente havia sido o vencedor da eleição realizada na véspera. ➡️ Maduro expulsa diplomatas ➡️ Argentina pede ajuda ao Brasil No mesmo dia, a chanceler argentina, Diana Mondino, pediu ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que defendesse os interesses diplomáticos do país na Venezuela. 31 de agosto: Brasil aceita ajudar Argentina 🔎A possibilidade de um país assumir os interesses de outro em determinado território está prevista na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963. É algo raro, mas já aconteceu na década de 1980, quando o Brasil assumiu a responsabilidade pela representação de Buenos Aires em Londres, durante a Guerra das Malvinas (entre ingleses e argentinos). 1º de agosto: Brasil assume diplomacia da Argentina na Venezuela “Agradeço enormemente a disposição do Brasil ao assumir a custódia da Embaixada argentina na Venezuela. Também agradecemos a representação momentânea dos interesses da Argentina e de seus cidadãos lá”, disse o presidente da Argentina, Javier Milei, em suas redes sociais. Funcionário da Embaixada argentina ergue bandeira do Brasil na residência oficial diplomática argentina em Caracas, na Venezuela, em 1º de agosto de 2024 — Foto: Itamaraty/Divulgação 6 de setembro: forças da Venezuela cercam Embaixada da Argentina Venezuela: Oposição denuncia cerco à embaixada da Argentina 7 de setembro: Venezuela revoga custódia do Brasil, que reage No dia seguinte (7) a Embaixada da Argentina amanhece sob cerco das forças do país e sem energia elétrica. “A República Bolivariana da Venezuela tomou a decisão de revogar de maneira imediata a aprovação concedida pelo governo da República Federativa do Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e de seus nacionais em território venezuelano”, diz um trecho da nota divulgada pela chancelaria venezuelana. Após o anúncio, o Itamaraty divulgou nota em que se diz surpreso com a mensagem venezuelana, e afirma que permanecerá com a custódia dos interesses argentinos (incluindo a embaixada), até que a Argentina indique um outro país “aceitável para o governo venezuelano” para exercer essa função. A chancelaria argentina também se pronunciou por meio de nota, na qual adverte o regime de Maduro contra tentativa de retirar os opositores venezuelanos do prédio. “Qualquer tentativa de intromissão ou rapto dos requerentes de asilo que permanecem na nossa residência oficial será duramente condenada pela comunidade internacional”, diz o texto. Até a publicação desta reportagem, os governos brasileiros e argentinos não haviam anunciado a assunção da custódia por outro país. Chancelaria da Argentina agradece ao Brasil por sua posição sobre a Venezuela

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