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EUA correm contra o tempo para apresentar nova proposta de cessar-fogo para Israel e Hamas

por admin
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A nova proposta dos EUA visa resolver os principais pontos de impasse nas negociações mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito, que buscam uma trégua no conflito entre Israel e o Hamas, disseram as autoridades americanas. Segundo uma autoridade sênior do governo Biden, grande parte do acordo já foi acordada, mas os negociadores ainda estavam tentando encontrar soluções para os dois principais obstáculos, que são as seguintes: A exigência de Israel de manter forças no corredor Filadélfia, uma zona de amortecimento no sul de Gaza, na fronteira com o Egito;As pessoas específicas que seriam incluídas em uma troca de reféns do Hamas e prisioneiros palestinos em Israel. Uma das autoridades dos EUA ouvidas pela Reuters disse que um novo rascunho do acordo poderia ser produzido na próxima semana ou até antes. “A sensação é de que o tempo está acabando. Não se surpreenda se vir [o rascunho revisado] neste fim de semana”, disse essa autoridade. O diretor da CIA, William Burns, principal negociador dos EUA, lidera o pequeno grupo de funcionários sêniores dos EUA que está trabalhando no texto, que inclui o coordenador da Casa Branca para o Oriente Médio, Brett McGurk, e o secretário de Estado, Antony Blinken, disse uma das autoridades americanas ouvidas. “Há uma percepção muito forte por parte dos negociadores de que o cessar-fogo está se esvaindo”, disse uma das autoridades dos EUA. As fontes egípcias ouvidas pela Reuters disseram que os EUA estavam mudando de uma abordagem mais consultiva para tentar impor um plano de cessar-fogo às partes envolvidas. Ambas as autoridades dos EUA pela agência desmentiram uma reportagem do “The Washington Post”, dizendo que a nova proposta não seria um “ultimato” a Israel e a Hamas e que os EUA continuariam a trabalhar em direção a um cessar-fogo caso não haja acordo. Uma das novas condições exigidas por Israel para fechar o acordo é o controle sobre o Corredor Filadélfia. Leia mais abaixo. O Hamas também adicionou novas exigências, mas disse nesta quarta (4) que não há mais o que negociar e pediu aos EUA para pressionar Israel a aceitar o texto aprovado pela ONU em junho. A guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza eclodiu em 7 de outubro, há quase 11 meses, quando o grupo terrorista fez um ataque em território israelense, matando 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 250 reféns, segundo contagens de Israel. A ofensiva israelense de retaliação matou quase 41 mil palestinos e destruiu grande parte de Gaza, deslocando a maioria de seus 2,3 milhões de habitantes e criando uma crise humanitária, disseram as autoridades de saúde de Gaza. Israel no Corredor Filadélfia Na terça-feira (3), cinco países árabes, incluindo a potência regional Arábia Saudita, bem como a Autoridade Palestina, se juntaram ao Egito para rejeitar a exigência de Israel de manter suas tropas no corredor Filadélfia. Partes do acordo de três fases já aceito por ambos os lados exigem que Israel se retire de todas as áreas densamente povoadas de Gaza na primeira fase do acordo. A autoridade sênior do governo disse que a disputa atual é se o corredor qualifica-se como uma área densamente povoada. “Então, estamos realmente falando aqui sobre a Fase Um, sobre como será essa configuração”, acrescentou a autoridade. O grupo dos EUA está considerando áreas do corredor Filadélfia onde as tropas israelenses teriam que se retirar e áreas onde poderiam permanecer, disse a primeira autoridade dos EUA. Nas negociações no Catar na segunda-feira, uma delegação israelense liderada pelo chefe do Mossad, David Barnea, disse aos mediadores que Israel estava disposto a retirar suas tropas do corredor após a primeira fase de 42 dias de um cessar-fogo, disse a autoridade com conhecimento das negociações. Mas, horas depois, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu realizou uma coletiva de imprensa em Jerusalém e insistiu que Israel mantivesse o controle do corredor Filadélfia, comentários que a autoridade disse terem sido feitos depois que a delegação havia retornado para casa. Na quarta-feira, Netanyahu repetiu sua rejeição categórica de uma retirada do corredor na primeira fase de um acordo. Israel só concordaria com um cessar-fogo permanente após isso, se houvesse garantias de que o corredor nunca poderia ser usado como rota para contrabando de armas e suprimentos para o Hamas em Gaza. “Isso colocou as partes mediadoras em uma posição difícil. Se Israel permanecer no corredor Filadélfia, nem o Egito nem o Hamas concordariam com qualquer acordo”, disse a autoridade com conhecimento do assunto. O gabinete de Netanyahu não quis comentar o assunto. O alto funcionário do Hamas, Izzat Al Risheq, disse à Reuters na quarta-feira que o grupo lidaria com uma nova proposta que “respondesse às exigências da resistência e às demandas do nosso povo”, sem fornecer detalhes específicos. O Hamas disse em um comunicado que não havia necessidade de novas propostas e acusou Netanyahu de tentar frustrar um acordo. Israel tomou o controle do corredor Filadélfia em maio, dizendo que era usado pelo Hamas para contrabandear armas e materiais proibidos para seus túneis em Gaza. O avanço israelense resultou no fechamento da passagem de Rafah, reduzindo drasticamente a ajuda humanitária que entrava em Gaza, interrompendo a maioria das evacuações médicas e potencialmente privando o Egito de seu papel de intermediar o acesso à única passagem de fronteira para Gaza que não é controlada diretamente por Israel. O Egito diz que os túneis usados para contrabando em Gaza foram fechados ou destruídos, uma presença palestina em Rafah deveria ser restaurada e a zona de amortecimento do corredor Filadélfia é garantida pelo tratado de paz Egito-Israel de 1979. O que está em jogo Muito além da guerra na Faixa de Gaza, que se iniciou no dia 7 de outubro de 2023 após o Hamas lançar um ataque contra Israel, as conversas envolvem outros fatores que estão em jogo. Veja a seguir: Desde outubro de 2023, o Hamas mantém como refém cerca de 100 pessoas que foram sequestradas em Israel;A Faixa de Gaza vive uma grave crise humanitária, com milhares de civis deslocados por causa da guerra e aumento nos índices de desnutrição;O fracasso em um acordo de cessar-fogo poderia fazer com que o Irã cumprisse a promessa de atacar Israel, anunciada após o assassinato do chefe do Hamas em Teerã;Um provável ataque iraniano representaria uma nova escalada na guerra entre Israel e o Hamas, podendo avançar para um conflito regional. Esta rodada de negociações foi convocada pouco mais de uma semana após a morte de Ismail Haniyeh, chefe do Hamas. Uma declaração conjunta foi assinada pelos presidentes dos Estados Unidos, do Egito e pelo emir do Catar. No comunicado, os mediadores pediram por um acordo cessar-fogo. A declaração cita o sofrimento dos civis na Faixa de Gaza e dos familiares dos reféns que estão sob poder do Hamas. “Não há mais tempo a perder nem desculpas de qualquer parte para novos atrasos. É hora de libertar os reféns, iniciar o cessar-fogo e implementar este acordo”, diz comunicado. O acordo vem sendo discutido há semanas por Hamas e Israel. Ambas as partes se acusam de sabotagem para travar as negociações. Uma autoridade dos Estados Unidos ouvida pela agência Reuters afirmou que para sair um acordo de cessar-fogo será necessária a cooperação de Israel e do Hamas. Plano de três fases Cessar-fogo aprovado pela ONU: acordo pode levar aos capítulos finais da guerra entre Israel e Hamas O plano de três fases foi detalhado pelo presidente Joe Biden no fim de maio e elaborado por Israel com o apoio dos Estados Unidos. Em junho, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução para cessar-fogo em Gaza, prevendo a implementação do projeto. Veja a seguir: Cessar-fogo absoluto com duração de seis semanas.Retirada das forças israelenses das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza.Libertação de parte dos reféns sequestrados pelo Hamas. Na lista estariam mulheres, idosos e feridos. Em troca, Israel deve libertar prisioneiros palestinos detidos.Permissão para que os palestinos retornem para casa, com aumento do envio e entrada de ajuda humanitária em Gaza. Libertação dos demais reféns, entre eles homens e soldados, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel.Retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza.A negociação desta etapa aconteceria durante o período de seis semanas de cessar-fogo. Se tiver sucesso, a pausa no conflito deixaria de ser temporária e passaria a ser permanente. Reconstrução da Faixa de Gaza. VÍDEOS: mais assistidos do g1

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