Membro co-fundador da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e da relativa área de livre comércio, a Indonésia é hoje a décima sexta maior economia do mundo e o maior mercado emergente do Sudeste Asiático, graças à riqueza de seus recursos naturais, a uma população jovem (60% dos seus 276 milhões de habitantes têm menos de 30 anos), a sua posição geográfica estratégica e a sua relativa estabilidade política. Além disso, a Indonésia também está abraçando a transformação digital. Vatican News Nesta terça-feira, 3 de setembro, o Papa chega em Jacarta, capital da Indonésia, o maior arquipélago do mundo, localizado entre o continente do sudeste asiático e a Austrália, nos Oceanos Índico e Pacífico, fazendo fronteira com a Malásia a norte, Timor-Leste a sudeste, Papua-Nova Guiné a leste, Oceano Índico a sudoeste e o Oceano Pacífico a nordeste. O país, composto por aproximadamente 17.504 ilhas, das quais mais de 6.000 são povoadas, está administrativamente dividido em 33 províncias, 5 das quais com estatuto especial. É o quarto país mais populoso do mundo, depois da China, da Índia e dos Estados Unidos. As cinco principais ilhas da Indonésia são Sumatra, Java, Bornéu (conhecida como Kalimantan na Indonésia), Sulawesi e Nova Guiné. Existem dois arquipélagos principais, Nusa Tenggara e as Ilhas Molucas, além de 60 arquipélagos menores. Quatro ilhas são partilhadas com outros países: Bornéu e Sebatik, partilhadas com a Malásia; Timor, partilhada com Timor-Leste; e Nova Guiné, partilhada com Papua-Nova Guiné. Terras férteis de arroz são encontradas em Java e Bali; florestas fluviais em Sumatra, Kalimantan e Sulawesi; e pradarias de savana nas Ilhas Nusatenggara. As ilhas estão localizadas sobre duas plataformas continentais, ao longo do Anel de Fogo (ou Círculo de Fogo), área de grande atividade sísmica que assenta sobre múltiplas placas tectônicas. A área, portanto, sujeita a vulcanismo e terremotos, abriga mais de 120 vulcões ativos. Algumas das ilhas maiores, como Sumatra e Java, possuem grandes cadeias de montanhas. Puncak Jaya (5.030 m), também conhecido como Monte Carstensz ou Pirâmide Carstensz, na Cordilheira Pegunungan Sudirman, na Província de Papua, é o pico mais alto da Indonésia. Os cursos d’água incluem numerosos rios de vazão irregular, sujeitos a frequentes inundações durante as chuvas, que muitas vezes provocam inundações. O rio mais longo é o Kapuas em Kalimantan. Existem poucos lagos, sendo o maior deles o Toba, em Sumatra (aproximadamente 1.300 km2). O clima equatorial favorece a presença de uma rica fauna e flora. Capital: Jacarta (11.000.000 habitantes) Superfície: 1.904.569 km² População: 275.774.000 habitantes. Densidade: 145 habitantes/km² Idioma: Indonésio (Bahasa) Principais grupos étnicos: javaneses (43%), sudaneses (15%), chineses (3,5%) Religião: muçulmanos (87%), protestantes (7%), católicos (3 %) Forma de governo: república presidencial Unidade monetária: Rupia indonésia (1 EUR = 17.240,58 IDR) Ex colônia holandesa, a Indonésia tornou-se uma República em 1945, mas conquistou a independência efetiva em 1949, após a retirada das tropas holandesas. O seu primeiro presidente foi o “pai da nação” Kusno Sosrodihardjo, conhecido como Sukarno, que depois de ter reunificado o país sob égide dos cinco princípios da Pancasila (fé em um Deus supremo; humanidade justa e civil; unidade; democracia guiada pela sabedoria; justiça social), iniciou um regime caracterizado por uma economia dirigista e pelo não alinhamento na política externa. Em 30 de setembro de 1965, o poder é assumido, com um golpe de Estado, pelos militares liderados por Mohamed Suharto, que permaneceu no poder até 1998, quando após grandes protestos populares e devido à crise financeira asiática de 1997, foi forçado a renunciar, sendo substituído por Jusuf Habibie. Com as eleições de 2004, vencidas por Susilo Bambang Yudhoyono (Partido Democrático), é concluída a transição do país para a democracia. Em 2014, Yudhoyono foi sucedido por Joko Widodo, do Partido Democrático-Luta (PDI-P), que permaneceu no poder por dois mandatos, que lançou um vasto plano de modernização com uma série de projetos de infra-estruturas, co-financiados por fundos chineses (e outros fundos japoneses), o que levou a um rápido crescimento da nação e moldou a Indonésia como uma “potência emergente” na Ásia. O seu último mandato terminou com as eleições de 14 de fevereiro de 2024, vencidas pelo ex-general Prabowo Subianto, ex-ministro da Defesa do presidente cessante, apoiado pelo filho de Widodo Gibran, Rakabuming. O novo presidente comprometeu-se em continuar o plano de desenvolvimento econômico do seu antecessor, que capitalizou a abundância de níquel, carvão, petróleo e gás do país, impulsionando a expansão da mais forte economia do Sudeste Asiático. Membro co-fundador da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e da relativa área de livre comércio, a Indonésia é hoje a décima sexta maior economia do mundo e o maior mercado emergente do Sudeste Asiático, graças à riqueza de seus recursos naturais, a uma população jovem (60% dos seus 276 milhões de habitantes têm menos de 30 anos), a sua posição geográfica estratégica e a sua relativa estabilidade política. Além disso, a Indonésia também está abraçando a transformação digital, com uma forte expansão do comércio eletrônico, fintech e start-ups. No entanto, o país também enfrenta alguns desafios, como a pobreza, a desigualdade, as lacunas infra-estruturais e as catástrofes naturais. Em 2002, a Indonésia perdeu a ex-colônia portuguesa de Timor-Leste, anexada unilateralmente por Jacarta em 1976. Os movimentos de independência também estão ativos noutras partes do país e em alguns casos assumiram um carácter religioso, como nas Molucas, onde em 1998-99, eclodiu uma sangrenta guerra civil entre os militantes muçulmanos do grupo Laskar Jihad (LJ) e a milícia cristã (protestante) da Frente de Soberania das Molucas (MSF). O conflito armado terminou em 2002 com a assinatura do Tratado de Paz de Malino, mediado pelo Governo, mas as tensões comunitárias não diminuíram. Tensões ocorreram também na Província de Aceh, no extremo norte da ilha de Sumatra, devido à presença de movimentos separatistas. Em 2005, Jacarta assinou acordos de paz com estes movimentos, concedendo ampla autonomia à província, onde foi introduzida a Sharia. Na Província de Papua (ex Irian Jaya), na fronteira com Papua-Nova Guiné, ainda é ativo o Movimento pela Papua livre, que luta pela independência desde 1969. Os vários focos de tensão no país proporcionaram um terreno fértil para o surgimento de grupos islâmicos e o surgimento de redes terroristas locais ligadas à Al-Qaeda e ao ISIS, responsáveis por vários atentados. A capital Jacarta Jacarta, cujo nome em javanês significa “vitoriosa e próspera”, é a capital da Indonésia e está localizada na costa noroeste da ilha de Java, na foz do rio Ciliwung. Tem 11 milhões de habitantes. As suas origens remontam ao século IV e ao Reino de Sunda, quando era apenas um porto comercial denominado Sunda Kelapa (noz de coco de Sunda). Os primeiros europeus a chegar foram os comerciantes portugueses de Malaca, hoje Malásia, em 1513. Após o seu afastamento em 1527, pelo general Fatahillah, a cidade passou a fazer parte do Sultanato de Banten e foi rebatizada de Jayakarta. Em 1596, os holandeses, liderados por Jan Pieterszoon Coen, derrotaram em pouco tempo os seus rivais britânicos e assumiram o comando exclusivo da região em nome da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Em 1619 eles rebatizaram a cidade de Batávia, nome tirado da tribo germânica Batavi, da qual os holandeses se consideravam descendentes. Construíram seus prédios no estilo arquitetônico holandês, plantaram árvores ao longo das ruas e cavaram canais de drenagem que lembravam os de sua capital, Amsterdã. Despertando grande admiração entre os europeus, a Batávia passou a ser conhecida como a “Rainha do Oriente”. Os nacionalistas indonésios lutaram contra os holandeses pela independência nacional durante a Segunda Guerra Mundial e declararam por fim a independência em 1945. A cidade neste momento foi renomeada para Jacarta. O presidente fundador da Indonésia, Sukarno, empenhou-se na construção da nação, na modernização, na descolonização da paisagem e na construção de monumentos comemorativos como o Monumen Nasional (Monas). O presidente seguinte, Suharto, no poder de 1967 a 1988, continuou a modernização da cidade e a Indonésia tornou-se cada vez mais estreitamente ligada a uma economia global que explorava os recursos naturais do país. Houve um crescimento econômico considerável e a ascensão da classe média, mas a crise econômica do Leste Asiático do final da década de 1990 provocou nova pobreza e desordens civis. A metrópole cresceu inicialmente atrás do antigo porto e depois, na segunda metade do século XX, em todas as direções devido ao rápido crescimento populacional, estimulado pela migração de camponeses das áreas rurais. Existem centenas de distritos de kampung (vilarejos tradicionais) na cidade, bem como mercados, zonas industriais com fábricas de montagem com mão-de-obra intensiva e assentamentos ilegais em situação de pobreza. A cidade sofre muito com problemas devido ao congestionamento do tráfego e à poluição do ar. Na capital também existem muitos bairros residenciais de luxo e inúmeros shopping centers, arranha-céus e hotéis. No centro histórico, Kota Tua, ainda existem alguns locais característicos da antiga Batávia, como o antigo porto de Sunda Kelapa, onde ainda estão ancoradas as tradicionais escunas Phinisi, a Praça Taman Fatahillah, o Museu de História de Jacarta, instalado no antigo antiga prefeitura, o Stadhuis, bem como o Museu de Marionetes Wayang. Ao sul de Taman Fatahillah se chega a Glodok, a Chinatown de Jacarta, onde está localizado um dos principais mercados da cidade, Petak Sembilan. No centro da capital, na Praça Merdeka, Praça da Independência, coração do país, ergue-se um obelisco, o já mencionado Monumen Nasional (Monas). Com 132 m de altura, o Monas permite desfrutar de uma esplêndida vista sobre a zona envolvente desde o seu topo, acessível por meio de um elevador interno. A praça, que durante o período holandês era chamada de Koningsplein, “Praça do Rei”, também abriga uma estátua equestre do príncipe javanês Diponegoro, que lutou contra o domínio holandês no século XIX. Perto ao Monas fica o Museu Nacional, também conhecido como Museu do Elefante, devido à grande estátua de bronze representando o paquiderme, localizada no centro do pátio. O edifício é um dos melhores exemplos da arquitetura neoclássica do país e abriga um importante acervo de cerca de 140 mil objetos tradicionais pertencentes às diversas etnias indonésias. Ao longo da Jalal Thamrin, avenida principal de Jacarta, encontramos um monumento histórico, o Selamat Datang, uma estátua de bronze de um homem e uma mulher que saúdam com um gesto de boas-vindas e, novamente em uma área central, a estátua da Libertação de Irian Ocidental mostrando um homem quebrando correntes, para celebrar a libertação da província mais oriental da Indonésia do domínio holandês. Existem mais de 150 shopping centers na capital. Entre os principais: Taman Anggrek, Pacific Place Jakarta e Grand Indonesia Mall. Outros marcos importantes são a Catedral neogótica católica romana de Santa Maria da Assunção e a Mesquita de Istiqlal, a maior do Sudeste Asiático. O clima de Jacarta é tropical de monções, com taxa de umidade constante, e é caracterizado por dois períodos: uma estação seca de junho a setembro e uma estação chuvosa de outubro a maio. Como a capital, localizada na ilha de Java, está afundando devido a um fenômeno chamado subsidência, devido à retirada excessiva de água no subsolo, em 2019 o governo decidiu construir uma nova capital na selva da ilha de Bornéu, no Região de Kalimantan Oriental, no centro do país e em uma área menos exposta a desastres naturais. Decisão, que foi duramente criticada por ativistas ambientais, visto que Bornéu possui uma das florestas tropicais mais antigas do mundo. A cidade, atualmente em construção, chamar-se-á Nusantara, “arquipélago” em língua javanesa, e segundo os planos estará concluída em 2045, por ocasião do centenário da nação. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui
A Indonésia que acolhe Francisco
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