São Paulo
The New York Times
Quando os astros Jennifer Lopez e Ben Affleck se casaram em 2022, décadas depois de terminarem o noivado inicial, parecia coisa de filme romântico de Hollywood.
“O amor é lindo”, escreveu a Sra. Lopez após as núpcias do casal em Las Vegas. ‘O amor é gentil. E acontece que o amor é paciente. Vinte anos de paciência.”
Mas a Sra. Lopez pediu o divórcio do Sr. Affleck na terça-feira, após dois anos de casamento, encerrando meses de especulações frenéticas na mídia sobre sua união instável e destacando uma verdade decididamente nada romântica: reunir-se com um ex-parceiro não garante um final feliz.
“Eu certamente vi pessoas que estão em relacionamentos felizes de longo prazo que voltaram depois de terem terminado”, disse Elizabeth Earnshaw, uma terapeuta familiar e de casamento licenciada na Filadélfia. “Eu diria que essa é a exceção à regra.”
Muitos conselheiros de casais disseram que recomendam adotar uma abordagem quase clínica para se reunir com um ex —mesmo (ou especialmente) se você estiver envolvido na emoção de redescobrir velhas paixões. Aqui estão quatro perguntas que os terapeutas recomendam fazer.
1. Nós dois entendemos por que terminamos?
Essa é uma pergunta “ridiculamente óbvia” para começar, admitiu Lisa Marie Bobby, uma terapeuta familiar e de casamento licenciada em Denver e fundadora da Growing Self, um serviço de aconselhamento e coaching. Mas se você e seu parceiro não conseguem articular uma resposta clara sem ficar na defensiva ou tensos, isso é um sinal de alerta, ela disse.
Quais padrões prejudicaram seu relacionamento? Quais problemas mais profundos levaram um ou ambos a vê-lo como insustentável?
“Pode ser muito difícil obter visibilidade sobre o verdadeiro ‘porquê'”, disse a Dra. Bobby. Ela frequentemente recomenda buscar terapia individualmente ou em casal para obter insights.
2. Eu estou apenas solitário? E você?
A solidão pode trazer sentimentos de desejo e melancolia, disse Anthony Chambers, psicólogo de casais e família certificado e diretor acadêmico do Family Institute da Northwestern University. Também pode fazer com que as pessoas tenham uma visão especialmente otimista de relacionamentos passados, disse ele.
Se você reconhece que seu desejo de se reconectar está enraizado na solidão, você pode se beneficiar do namoro. Ou você pode querer pensar em estratégias para encontrar conexão que não tenham nada a ver com amor romântico —talvez focando em fortalecer seus laços com amigos, família e sua comunidade.
E se você se encontrar tomado pela nostalgia de um amor antigo, pegue um pedaço de papel e anote alguns dos desafios que você enfrentou no relacionamento, disse o Dr. Chambers. A ideia não é se deter neles, mas ter a mente limpa sobre o passado. Pense nisso como diligência devida, disse ele, observando que isso também pode ajudar a promover conversas com seu ex enquanto você tenta decidir se deve dar outra chance ao relacionamento.
3. O que mudou desta vez?
Comece perguntando a si mesmo se você pode fazer as coisas de forma diferente desta vez, disse a Sra. Earnshaw. Você pode fazer perguntas como “Eu mudei o que estou esperando em um relacionamento?”, ela disse. “Eu mudei a maneira como me comunico? Eu mudei a maneira como regulo minhas emoções?”
Então considere: O que mudou em seu parceiro? A maioria dos casais que a Sra. Earnshaw conhece que se reuniram com sucesso têm respostas claras para essas perguntas.
“Eles conseguem dizer: ‘Bem, nós crescemos. Conseguimos empregos. Nós amadurecemos. Fizemos terapia. Nós pensamos em nós mesmos e tivemos outros relacionamentos'”, disse a Sra. Earnshaw.
Mesmo que as circunstâncias da sua vida, ou as do seu parceiro, tenham permanecido praticamente as mesmas, cada um de vocês pode ter crescido emocionalmente, disse a Dra. Bobby. Por exemplo, seu parceiro pode ter ido à terapia ou feito muita reflexão pessoal, ela disse. E essa nova informação pode ter ajudado o parceiro a entender a tomada de decisões problemáticas em relacionamentos passados.
4. Como saberemos se isso está funcionando?
Antes de mergulhar de volta em qualquer coisa, crie alguns benchmarks que ajudarão você, ou ambos, a descobrir se as coisas estão melhores desta vez, recomendou o Dr. Bobby. Um pode ser tão simples quanto uma verificação intestinal regular para ver se você não está caindo em velhos padrões.
“Muitas pessoas desperdiçam anos nesses relacionamentos, indo ao mesmo rodeio repetidamente”, disse o Dr. Bobby. “É fácil ficar preso.”
A Sra. Earnshaw disse que pode ajudar se perguntar algo como: Eu confio que se os mesmos problemas ou questões surgirem novamente eu os navegarei de forma diferente? Eu falarei dessa vez e colocarei limites mais claros? Eu sairei logo em vez de arrastar as coisas?
O Dr. Chambers trabalhou com alguns casais que acharam útil definir um cronograma para o reencontro —embora ele tenha admitido que essa abordagem não era para todos.
Eles “pensam nisso como um arrendamento”, ele explicou. “‘Vamos tentar isso por seis meses. E em seis meses veremos se queremos renovar.'” Às vezes eles querem. E às vezes, ele disse, eles percebem, “mesmo com nossos melhores esforços, parece que estamos enfrentando os mesmos problemas novamente.”
