Lar Cidades Litoral baiano registra três encalhes de baleias-jubarte em menos de uma semana

Litoral baiano registra três encalhes de baleias-jubarte em menos de uma semana

por admin
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De acordo com Milton Marcondes, médico veterinário e coordenador de pesquisa do instituto, duas baleias foram encontradas em Mucuri (BA) e um filhote perto de Comandatuba (BA). Este último foi o único encontrado vivo, mas veio a óbito depois. Dados do instituto, com apoio das Instituições membros da Rede de Encalhes e Informação de Mamíferos Aquáticos do Brasil (Remab), apontam que 22 baleias-jubartes encalharam no Brasil em 2024, sendo 12 somente em julho. Baleia-jubarte macho de 13,8 metros foi vista à deriva perto de Mucuri (BA) — Foto: Fabio Fontes/ Instituto Baleia Jubarte “A imagem que costuma vir na cabeça das pessoas sobre encalhe de baleia, é a baleia viva na praia. No entanto, mais de 90% dos encalhes são baleias mortas, que morreram no mar e algumas chegam na praia. Baleias encalhadas vivas são menos de 10%”, comenta Milton. Monitoramento de encalhes Normalmente, o pico de encalhes ocorre no mês de agosto, quando começam os filhotes da espécie começam a nascer. Por ser uma fase sensível, muitos podem morrem em decorrência de malformações, por ataque de predadores ou ainda por se separarem das mães. Em 2002, segundo o coordenador, a média de encalhes era em torno de 20 para uma população de cerca de 3.400 indivíduos. Hoje, a estimativa do instituto é que que a população esteja em 34 mil baleias, número associado à taxa de 114 encalhes em 2023. Gráfico mostra número de encalhes de 2002 a 2023 — Foto: Instituto Baleia Jubarte De acordo com Milton, aumentos atípicos de encalhes (2010, 2017, 2018 e 2021) foram associados ao efeito de mudanças ambientais afetando a oferta de krill, principal alimento da espécie. “A jubarte sai da lista de espécies ameaçadas em 2014, só que agora a gente tem esse desafio de tentar conviver com uma população grande dela, num ambiente em que o ser humano ocupa muito mais do que ocupava 200 anos atrás, quando a população também era nessa ordem de quase 30 mil animais”, diz Milton Marcondes. Baleia encalhada em Mucuri (BA) — Foto: Fabio Fontes / Instituto Baleia Jubarte “Precisamos começar a reaprender a conviver com essa quantidade de baleias e também com essa quantidade de baleias que vão aparecer encalhadas no nosso litoral”, completa ao alertar sobre a tendência de aumento de encalhes nos meses de julho, agosto e setembro. Recuperação da população Como todas as espécies de grandes baleias, as baleias-jubarte sofreram pela caça comercial indiscriminada, que iniciou ainda no século 18 e se estendeu, para a espécie, até os anos 1960 no Hemisfério Sul. A estimativa é que mais de 300 mil jubartes foram mortas pela caça predatória, até sua proibição pela Comissão Internacional da Baleia, em 1966. Em 1987, a aprovação da Lei Federal 7.643, que proíbe a captura e o molestamento intencional de toda espécie de cetáceo em águas brasileiras inaugurou uma nova política a favor da conservação e do uso não-letal desses animais (pesquisa científica e ecoturismo). Milton destaca a importância do Banco de Abrolhos para a conservação das jubartes e de outras espécies marinhas, como a baleia-franca, a tartaruga-marinha e os recifes de corais. Apesar dos esforços para manter a área protegida, os animais estão sujeitos constantemente com impactos da captura acidental em equipamentos de pesca, poluição oceânica e atropelamento por navios. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente

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