Lar Comunidade Lisa Kudrow compara nova personagem à Phoebe de ‘Friends’: ‘Arrogante, só pelo prazer de ser’

Lisa Kudrow compara nova personagem à Phoebe de ‘Friends’: ‘Arrogante, só pelo prazer de ser’

por admin
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São Paulo “Parece divertido”, diz Lisa Kudrow, 60, ao ouvir do repórter que ela deveria vir para o Brasil. A sugestão vem depois de a atriz ficar na dúvida sobre para onde ela iria se pudesse escolher qualquer lugar e época. “Puxa, não sei para onde eu iria, sabe? É que a higiene não estava no topo da lista de prioridades de muitos lugares até bem pouco tempo atrás”, explica. “Acho que não suportaria o fato de não ter banheiro e o fedor espalhado por todos os lugares. Quando está só visitando, você não está acostumado com essas coisas. Sou uma pessoa prática (risos).” A pergunta vem a reboque do novo trabalho da atriz, a série infantojuvenil “Os Bandidos do Tempo”, que estreia no dia 24 de julho no Apple TV+. Trata-se de uma adaptação do filme homônimo de 1981, no qual um grupo de ladrões viaja no tempo para roubar itens históricos. Na produção, ela vive Penelope, que tenta se firmar como líder do bando (sem que o resto do grupo realmente obedeça muito aos seus comandos). “Eu definiria Penelope como arrogante, só pelo prazer de ser”, define. “Ela é muito confiante, mesmo quando confrontada com a própria incompetência. Ela não quer saber. E eu amo isso, é o tipo de coisa que me faz rir.” Na vida real, Kudrow diz que também não tem a menor vocação para comandar nada. “Eu nem quero”, afirma. “Eu não quero ser uma líder. Não quero dirigir, o que exige ser líder. Sei que é preciso tomar muitas decisões —e não confio em mim mesma para fazer isso. Fico mais confortável fazendo o que sei fazer.” E o que ela sabe fazer de melhor é arrancar risadas do público. Ao menos, é o que ela vem fazendo desde que, aos 30 anos, seu rosto ficou conhecido internacionalmente pelo papel de Phoebe Buffay em “Friends” (1994-2004). O sucesso da série foi tanto que o sexteto protagonista —Kudrow incluída— chegou a receber US$ 1 milhão (quase R$ 5,5 milhões no câmbio atual) por episódio na temporada final. Formada em biologia, ela pretendia seguir os passos do pai, que é médico, quando começou a fazer sucesso em um grupo de comédia de improviso em Los Angeles. Isso a levou a fazer pequenos papéis na televisão, até que a grande oportunidade chegou. E o resto é história. Kudrow parece ter passado razoavelmente ilesa pela famosa “maldição de Friends”, que circula na internet e diz que os astros desse que foi um dos maiores fenômenos da TV americana em todos os tempos jamais conseguiriam fazer nada relevante depois. Ela não só continuou trabalhando, como sendo reconhecida (das 15 indicações que recebeu ao Emmy, apenas 6 foram por “Friends”; 7 se considerado o especial “The Reunion”, lançado em 2021 pela Max, e pelo qual concorreu ao lado dos colegas como produtora executiva). Não que a atriz queira se afastar de sua personagem mais lembrada. Ela não evita personagens que possam ser classificadas como excêntricas. Pelo contrário, sabe que é uma de suas especialidades e não pretende abrir mão disso. É o caso de Penelope, que ela admite ter algumas semelhanças com a amalucada Phoebe. “Acho que há uma autoconfiança em ambas”, comenta. “Para mim, é muito divertido quando alguém não saca muito bem como está sendo percebido pelos outros.” NOVOS TEMPOS A trama de “Os Bandidos do Tempo” sofreu algumas adaptações para os novos tempos. No original, dirigido por Terry Gilliam, o humor politicamente incorreto do grupo Monty Python estava bastante presente —os bandidos eram todos vividos por atores com nanismo, para ficar em um exemplo. Já o garoto Kevin, que acaba se juntando ao bando, segue obcecado por história, mas em vez de ser fanático pela Grécia Antiga, ele agora tem um interesse especial pela construção de Stonehenge, a estrutura pré-histórica cuja origem intriga cientistas. Na época, ele foi vivido pelo menino Craig Warnock, que não continuou na indústria. Na adaptação, o personagem ficou com Kal-El Tuck. “Kal-El é incrivelmente talentoso”, elogia Kudrow, que diz que o jovem foi muito profissional durante as gravações. “A única dificuldade era que ele precisava ir para a escola ou terminar de fazer suas cenas em um determinado período, então tínhamos que continuar sem ele, usando um dublê. O difícil era não tê-lo conosco. Era tipo: ‘Ah, como ele é incrível. Opa, agora ela não está mais. Vamos ter que continuar sem ele? Como vamos conseguir?’.” De fato, a atriz cita as cenas em que todos os “bandidos” estavam juntos como as mais divertidas, mas evita dar detalhes específicos “para não estragar” a surpresa quem for assistir. Entre os lugares pelos quais os viajantes passam estão o México dos antigos maias, a Europa medieval e até a Era do Gelo. As novidades vieram das mãos do trio Jemaine Clement, Iain Morris e Taika Waititi, o que motivou Kudrow —que não precisa provar mais nada a ninguém— a aceitar o convite. “Quis fazer por causa deles”, admite a atriz. “Simplesmente sou muito fã, eles são icônicos. E ainda ganhei uma viagem para a Nova Zelândia [onde as gravações ocorreram], o que também foi ótimo (risos).”

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