O gabinete sub-regional da FAO para a África Ocidental está a organizar workshops para lançar o diagnóstico da restauração de rua (distribuição ambulantes de comida) e o desenvolvimento de documentos de referência no Mali, Burkina Faso e Senegal, nos dias 2, 4 e 10 de julho de 2024. Uma iniciativa para a implementação do projeto “Reforçar a capacidade de resposta a emergências de segurança alimentar e melhorar a qualidade sanitária de distribuição ambulantes de comida nestes três países”. Françoise Niamien – Cidade do Vaticano De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS-2015) em África, mais de 91 milhões de pessoas contraem uma doença todos os anos, resultando em 137.000 mortes; sendo um terço da mortalidade global devido a doenças relacionadas com a alimentação. As doenças diarreicas são responsáveis por 70% destas doenças. O ambiente socioeconómico urbano dos países da União económica e monetária da África ocidental (UEMOA) é geralmente caracterizado pela presença da administração central nos capitais nacionais ou regionais que oferecem mais oportunidades económicas e comerciais do que nas áreas rurais. Foi assim que a distribuição ambulante de comida se desenvolveu nas grandes cidades africanas. É neste contexto e em acordo com os objetivos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, de lutar contra a pobreza e a fome, melhorando a nutrição e a segurança alimentar que o Grão-Ducado do Luxemburgo financiou esta iniciativa através do projeto “Reforçar a capacidade de resposta a emergências de segurança alimentar e melhorar a qualidade sanitária da distribuição ambulante de comida no Burkina Faso, Mali e Senegal”. Um projeto que nos foi explicado pelo Dr. Mamadou Ndiaye, especialista em segurança alimentar do Gabinete Sub-Regional da FAO para a África Ocidental, durante uma entrevista que concedeu à Rádio Vaticano – News-Vatican. O que é distribuição ambulante de comida? A distribuição ambulante de comida é toda a comida e bebida pronta a ser consumida, preparada e/ou vendida, especialmente nas ruas e locais públicos. Esta é a definição da conferência regional FAO-OMS de outubro de 2005. Nela, excluímos todas as frutas e legumes vendidos diretamente na rua. Porquê organizar estes workshops? Na maioria das grandes cidades africanas, as pessoas usufruem cada vez mais da distribuição ambulante de comida. E esta forma de consumo de alimento é essencial para as populações cujo poder de compra é limitado. Infelizmente, esta evolução não tem sido acompanhada pelos sistemas de controlo e fiscalização da qualidade sanitária, o que representa hoje uma ameaça à saúde pública. Neste sentido, a FAO, juntamente com o Grão-Ducado do Luxemburgo, criou este projeto denominado: “Reforçar a capacidade de resposta a emergências de segurança alimentar e melhorar a qualidade sanitária dos alimentos no Mali, Burkina Faso e Senegal”. Como explica a escolha destes três países? Tivemos uma primeira iniciativa de 2015 a 2018, que ajudou o Senegal a ter um plano de resposta nacional para os utilizadores de segurança alimentar. Depois, procurámos saber quais são os países relativamente vizinhos, em termos de sistemas de controlo e fiscalização. A partir dos resultados desta pesquisa, identificámos o Burkina Faso. Depois, com o objetivo de promover a qualidade e apoiar os serviços de inspeção, foi mais fácil ver sistemas semelhantes. Foi assim que o Mali acabou por ser integrado. É um embrião que estamos a construir para melhorar a qualidade da saúde, destacando um grande problema, nomeadamente a qualidade sanitária dos alimentos de rua. Qual é o objetivo específico destes workshops? O objetivo específico desta iniciativa é a mobilização de todos os intervenientes nacionais da distribuição ambulante de comida no âmbito da implementação do nosso projeto. Existem vários intervenientes envolvidos nesta área. Entre outras coisas, temos os fornecedores de matérias-primas cujo papel é extremamente importante: influenciam a qualidade do produto final servido e os utilizadores de técnicas de processamento e preparação. Aqui, a alusão é feita a todos aqueles que participam no processamento destas matérias-primas e, portanto, na preparação destes alimentos e depois no transporte até ao ponto de venda. Temos também as nossas autoridades locais que têm a responsabilidade de controlar a comida de rua. Existem vários intervenientes envolvidos nesta área. Por isso, o nosso verdadeiro objetivo é reuni-los a todos à volta de uma mesa; todos aqueles que têm um papel ou responsabilidade na qualidade sanitária da comida de rua. Quais são os resultados esperados pela FAO? Esperam-se três resultados fundamentais. Primeiro a mobilização dos stakeholders, depois a validação da abordagem metodológica, por último, o plano de implementação do diagnóstico e o direcionamento da produção de documentos de referência. Quais são as suas palavras finais? Para nós é muito importante destacar a questão da qualidade sanitária dos alimentos. A distribuição ambulante de comida é um problema de saúde pública. Somos todos cientes disso. É da nossa responsabilidade garantir que a qualidade sanitária deste serviço de alimentação de rua seja melhorada. Esta missão da FAO é muito importante pela simples razão de que contribui para melhorar a saúde das populações da África Ocidental. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui
Workshops sobre a restauração de rua no Mali, Burkina Faso e Senegal
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