Lar Mundo Condenação de Trump em caso de ex-atriz pornô: Justiça adia anúncio da pena para 18 de setembro

Condenação de Trump em caso de ex-atriz pornô: Justiça adia anúncio da pena para 18 de setembro

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A sentença havia sido previamente marcada para 11 de julho, apenas alguns dias antes do início da Convenção Nacional Republicana, em 15 de julho, que deve oficializá-lo como candidato republicano à Casa Branca. Os advogados do ex-presidente querem tentar anular a condenação de Trump com base na decisão da Suprema Corte. A decisão diz que ex-presidentes dos EUA podem ser imunes de processos na esfera criminal, no entanto, essa imunidade só vale em atos cometidos por um ex-presidente quando ele ainda estava no poder e em atos oficiais da presidência — o suborno à ex-atriz pornô aconteceu durante a campanha de Trump em 2016, antes dele se tornar presidente. Promotores do escritório de Alvin Bragg, que conduziu a acusação contra Trump, disseram que o argumento da defesa do ex-presidente era “sem mérito”, mas concordaram em adiar a sentença para dar a Trump a chance de apresentar seu caso. O adiamento do anúncio da pena é considerado uma vitória para Trump, e se somou às vitórias simbólicas que ele teve nos últimos dias: além da decisão da Suprema Corte, o ex-presidente, que é pré-candidato à presidência pelo partido republicano, venceu Joe Biden no primeiro debate presidencial na semana passada e trouxe uma crise aos democratas sobre uma possível substituição do presidente na corrida pela Casa Branca. Donald Trump é considerado culpado em julgamento sobre fraude e suborno a atriz pornô Condenação criminal Trump foi condenado por fraude contábil ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016, quando derrotou Hillary Clinton, do Partido Democrata. Segundo a acusação, o suborno foi usado para ocultar a relação com Daniels e, assim, interferir no processo eleitoral. A decisão do júri, anunciada num tribunal de Nova York, foi unânime. Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações pelos 12 integrantes do colegiado. “Isso foi uma desgraça. Este foi um julgamento manipulado por um juiz em conflito de interesses e corrupto”, afirmou. “Não fizemos nada de errado. Sou um homem inocente. Estou lutando pelo nosso país.” Mesmo condenado, Trump pode disputar a eleição e governar, se vencer. Inclusive se for preso. Não há nada na lei americana que o impeça. Ele também pode recorrer da condenação. Mas talvez Trump seja impedido de votar em novembro. Isso porque o registro de eleitor de Trump é da Flórida, e naquele estado condenados não podem votar até que cumpram totalmente sua pena. Possível pena e atenuantes que podem evitar prisão O juiz do caso, Juan Merchan, ainda vai determinar a pena. Na pior das hipóteses, Trump pode pegar 4 anos de prisão. No entanto, analistas americanos consideram pouco provável que o ex-presidente vá para a cadeia. Isso porque as 34 acusações se referem a crimes de Classe E, considerados leves em Nova York. Além disso, o juiz pode considerar que: Em vez de prisão, o juiz pode optar por uma pena mais branda, como liberdade condicional ou multa. A situação de Trump poderia se complicar caso avançassem os demais processos a que ele responde: um por se apropriar de documentos sigilosos da Casa Branca, um por tentar interferir no resultado da eleição de 2020 (quando perdeu), e o mais grave, relacionado à invasão do Congresso americano em janeiro de 2021, quando seus apoiadores tentaram impedir a posse de Biden. Trump em julgamento em NY nesta quinta-feira (30). — Foto: Seth Wenig/Reuters Como ele se defende Trump se diz vítima de perseguição política e costuma afirmar que o julgamento criminal faz parte de uma suposta campanha para evitar a volta dele à Casa Branca. Nos EUA, uma pessoa condenada criminalmente pode concorrer à presidência, até mesmo se for presa. A Constituição dos EUA determina as seguintes condições para que uma pessoa seja presidente: Ter nascido nos EUA.Ter pelo menos 35 anos.Ter morado nos EUA durante 14 anos. Ou seja, a Constituição não proíbe que uma pessoa condenada criminalmente seja presidente. Pelo menos dois outros políticos já concorreram à presidência dos EUA mesmo com condenações criminais: Há cerca de 100 anos, Eugene Debs concorreu mesmo preso. Ele foi o candidato do Partido Socialista e teve cerca de 1 milhão de votos;Lyndon LaRouche foi candidato a presidente em todas as eleições entre 1976 e 2004. Em uma das eleições, mesmo preso, ele teve 26 mil votos. Como foi o julgamento O julgamento começou no dia 15 de abril, com a escolha dos jurados que decidiram o destino de Trump. Esse foi o primeiro julgamento criminal em que um ex-presidente dos EUA foi réu. A equipe da promotoria foi liderada por Alvin Bragg. Ao longo do processo, eles afirmaram que Trump cometeu interferência eleitoral em 2016 ao “comprar o silêncio” da atriz pornô Stormy Daniels na reta final da campanha para presidente naquele ano. No fim, Trump, do Partido Republicano, venceu Hillary Clinton, do Partido Democrata. Fatos e versões no julgamento É fato que Trump e seus assessores tinham um acordo com David Pecker, o diretor de um jornal tabloide, o “National Enquirer”, para ajudar na campanha eleitoral de 2016. O jornalista afirmou no julgamento que pagou para “capturar e matar” histórias que poderiam ser ruins para o político. O esquema funcionava da seguinte forma: se surgia uma fonte com alguma notícia negativa para Trump, o “National Enquirer” pagava pela exclusividade, mas nunca publicava a história. Isso aconteceu duas vezes: o “National Enquirer” pagou pelo silêncio de uma ex-modelo da revista Playboy e de um porteiro. Depois desses dois casos, apareceu uma terceira fonte com uma história potencialmente negativa para Trump: a atriz pornô Stormy Daniels. A atriz pornô Stormy Daniels afirmou no julgamento que teve uma relação sexual com Donald Trump em 2006, após um torneio de golfe. O ex-presidente nega que isso tenha acontecido. No tribunal, Daniels relatou que conheceu Trump em julho de 2006 em um torneio de golfe de celebridades. Ela disse que o ex-presidente a convidou para jantar em sua suíte de hotel. Ela disse que Trump não a coagiu a fazer sexo, mas afirmou ter percebido que havia um “desequilíbrio de poder” entre os dois. Em seu relato, afirmou que fizeram sexo na posição “papai e mamãe” e que Trump não usou camisinha. Trump reconheceu ter conhecido Daniels no torneio, mas negou ter feito sexo ou falado com ela depois. No entanto, no caso de Stormy Daniels, o jornal “National Enquirer” não pagou. Trump, então, envolveu um assessor direto dele para “matar” a história: Michael Cohen. Cohen era um advogado e um “faz-tudo” de Trump. Na reta final da campanha de 2016, ele mesmo pagou US$ 130 mil para que a atriz pornô Stormy Daniels não desse entrevista sobre o suposto encontro sexual dela com Trump. Posteriormente, Cohen foi reembolsado por Trump, e isso foi registrado como gasto advocatício. O advogado foi a principal testemunha da acusação. Durante o julgamento, Cohen disse que Trump ficou muito preocupado com a possibilidade da história de Stormy Daniels ser revelada na reta final da campanha de 2016: “Ele me disse: ‘Isso é um desastre, um desastre completo. As mulheres vão me odiar. Os caras acham legal, mas isso vai ser desastroso para a campanha'”, afirmou o ex-funcionário de Trump. Esses três foram as principais testemunhas do processo. O próprio Trump não prestou depoimento –os advogados de defesa não o convocaram. Outros casos Esse foi o primeiro dos quatro casos criminais que Donald Trump enfrenta na Justiça. Nenhum dos outros três deverá ser julgado neste ano. A aposta do ex-presidente é voltar à Casa Branca para usar o poder do cargo para se livrar de seus problemas na Justiça. Trump é réu por ter tentado se manter no poder ilegalmente após perder as eleições de 2020 para Joe Biden. A invasão do prédio do Congresso dos EUA em 6 de janeiro de 2021 foi parte dessa campanha ilegal. Ainda não há uma data marcada para o início do julgamento. Caso da tentativa de reverter o resultado da votação no estado da Geórgia O ex-presidente é acusado criminalmente na Justiça do estado da Geórgia de ter tentado reverter o resultado da eleição lá. Ainda não há uma data marcada para o início do julgamento. Caso dos documentos sigilosos Depois de deixar o governo, Trump levou embora documentos sigilosos. Ele não devolveu esses papeis e foi processado criminalmente por isso. Ainda não há uma data marcada para o início do julgamento.

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