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Morador do ES registra sagui-de-cara-branca no quintal da residência

por admin
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No bairro de Jacaraípe, na cidade de Serra (ES), a natureza se faz presente de várias maneiras. Um exemplo é o quintal do técnico em meio ambiente Claudiney Rocha, que frequentemente recebe visitas de gambás, beija-flores, sabiás, pica-paus-barrados, periquitos-reis e saguis-de-cara-branca. Com uma forte conexão com a natureza, o morador viveu a infância em Santa Teresa (ES). Essa relação se aprofundou ao longo dos anos, resultando na escolha de trabalhar com monitoramento e resgate de animais silvestres da região, no Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (IBRAFF). Um dos últimos registros feitos pelo Claudiney foi o de um sagui-de-cara-branca (Callithrix geoffroyi), em uma árvore do quintal de sua casa. Ele conta que, pelo menos três vezes na semana, a espécie é vista em vários locais do bairro. Sagui-de-cara-branca (Callithrix geoffroyi) registrado em Serra (ES). — Foto: Claudiney Rocha De acordo com o primatólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Fabiano de Melo, o sagui-de-cara-branca é acostumado com a presença de humanos, o que explica a proximidade do animal nos registros de Claudiney. No entanto, isso depende do local de ocorrência dele. “Animais próximos às áreas urbanas sempre acabam se habituando à presença de pessoas e acabam, de forma errônea, sendo alimentados pelos moradores. Como qualquer animal silvestre, ele tem repulsa natural ao ser humano, entendendo que é um potencial predador”, pontua. O sagui-de-cara-branca ocorre em Minas Gerais, entre o rio Doce e o rio Jequitinhonha, extremo sul da Bahia e boa parte do Espírito Santo. — Foto: Josh Vandermeulen / iNaturalist Espécie ocorre em Minas Gerais, entre o Rio Doce e o Rio Jequitinhonha, extremo sul da Bahia e boa parte do Espírito Santo. Em algumas regiões do Brasil, onde naturalmente não ocorre, a espécie vem sendo registrada como invasora. O especialista explica que os saguis-de-cara-branca são parecidos com as outras espécies de saguis, pois também vivem em bandos familiares, entre 8 e 12 indivíduos em média. Neles, um casal dominante gera filhotes e, mais tarde, os mais velhos podem manter cuidado aloparental – prestado por indivíduos que não são os progenitores diretos. Ou ainda, ambos os sexos podem migrar e formar novos grupos ou ainda se associar a grupos já existentes. Todos os calitriquídeos em geral se alimentam de frutos e insetos. — Foto: Josh Vandermeulen Uma curiosidade sobre a reprodução destes animais é que sempre são gerados filhotes gêmeos, e os casais se reproduzem até duas vezes por ano. Além disso, esses primatas são importantes dispersores de sementes e predadores de insetos (que podem ser considerados pragas), prestando serviços ecossistêmicos importantes. “Todos os calitriquídeos em geral se alimentam de frutos e insetos, mas algumas espécies comem gomas e fungos. E claro, todos, em menor proporção, se alimentam de pequenos vertebrados e outros itens vegetais, como flores e folhas”, completa Fabiano. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente

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