O primeiro-ministro da Eslovênia, Robert Golob, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que a medida da Palestina como um Estado soberano e independente dá esperança ao povo palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. A oposição ao governo da Eslovênia era contra o reconhecimento e queria que a proposta fosse tema de um referendo. Segundo o principal partido de oposição, esse não é o melhor momento para reconhecer o Estado Palestino e que a medida pode premiar o grupo terrorista Hamas. Países europeus reconhecem a Palestina como Estado O governo irlandês foi o primeiro a reconhecer oficialmente o Estado palestino, nesta manhã, e anunciou a criação de uma Embaixada da Irlanda em Ramala, capital da Cisjordânia, e a nomeação de um embaixador do país para a Palestina. O governo israelense, em resposta, convocou os embaixadores nos três países e acusou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de ser “cúmplice de incitação ao assassinato do povo judeu”. No fim de junho, Sánchez afirmou que o reconhecimento é uma “necessidade para alcançar a paz” entre israelenses e palestinos, além de ser “uma questão de justiça histórica” para o povo palestino. A decisão não é adotada “contra ninguém, muito menos contra Israel, um povo amigo (…) com o qual queremos ter a melhor relação possível”, afirmou. O reconhecimento do Estado Palestino reflete a “rejeição frontal, retumbante, ao Hamas, que é contra a solução de dois Estados”, disse ele. Em resposta, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, publicou um texto na rede social X no qual acusou Sánchez de ser “cúmplice de incitação ao assassinato do povo judeu” com o reconhecimento da Palestina como Estado e a manutenção em seu cargo de Yolanda Díaz, número três do governo, que afirmou recentemente que a “Palestina será livre do rio até o mar”. A frase faz referência às fronteiras da Palestina sob mandato britânico, que seguia do rio Jordão até o Mar Mediterrâneo, antes da criação do Estado de Israel em 1948. Os críticos, em particular o governo israelense, a interpretam com um apoio à eliminação de Israel. Os três países europeus – embora a Noruega não integre a UE – querem que a iniciativa de grande significado simbólico estimule outros Estados a seguir seus passos. Noruega e Espanha desempenharam um papel importante no processo de paz dos anos 1990 no Oriente Médio. Madri foi sede de uma conferência de paz árabe-israelense em 1991, que abriu o caminho para os Acordos de Oslo de 1993. Divisão na União Europeia O reconhecimento da Palestina como Estado provoca divisão dentro da União Europeia. Para a França, por exemplo, não é um bom momento para adotar a medida, enquanto a Alemanha consideraria dar este passo como resultado de negociações diretas entre as partes em conflito. Com Espanha, Irlanda e Noruega e Eslovênia, o Estado da Palestina passa a ser reconhecido por 146 países dos 193 Estados-membros da ONU. Uma lista que não conta com a maioria dos países da Europa Ocidental e da América do Norte, Austrália, Japão e Coreia do Sul. Guerra entre o Hamas e Israel No ataque do dia 7 de outubro, os terroristas do Hamas mataram mais de 1.170 pessoas em território israelense, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses. Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e lançou uma ofensiva aérea e terrestre contra Gaza que deixou mais de 36 mil mortos até o momento, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo movimento islamista.
Depois de Espanha, Irlanda e Noruega, Parlamento da Eslovênia também reconhece a Palestina como Estado
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