Lar Cidades Líderes natos, debochados e arrogantes: quem são as crianças e adolescentes que praticam bullying na escola

Líderes natos, debochados e arrogantes: quem são as crianças e adolescentes que praticam bullying na escola

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Líderes natos, debochados, arrogantes… Crianças e adolescentes que praticam bullying na escola têm traços de personalidade em comum que podem ser identificados por pais ou tutores legais dentro da própria casa, segundo especialistas. Em entrevista ao g1, a pedagoga e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)/Unesp, Luciene Tognetta, aponta os principais comportamentos que acendem o “sinal de alerta” e destaca a importância do diálogo na resolução de conflitos. [Os sinais] podem aparecer em qualquer idade, mas aparecem mais fortemente perto da adolescência, porque é quando o adolescente, do ponto de vista do desenvolvimento, tem uma conduta natural de precisar se identificar num grupo social. Faz parte da identidade do ser humano passar pela necessidade de pertencimento a um grupo social. Na adolescência, isso é algo bastante evidente. — Luciene Tognetta, pedagoga e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral da Unicamp/Unesp Como identificar? Segundo a docente, autores de bullying são, geralmente, crianças e adolescentes que expressam arrogância e uma posição de superioridade diante dos outros;“São meninos e meninas que sempre querem ser os primeiros em tudo, se comportam de maneira a tirar objetos de outras crianças, agindo de maneira um pouco mais egoísta do que, vamos dizer, a normalidade”, explica;Além disso, os autores são geralmente expressivos e não gostam de ser contrariados;Também utilizam recursos com o deboche com frequência;Tognetta destaca, ainda, que autores de bullying costumam querer levar vantagem em todas as ocasiões e contextos. Para a pedagoga, um dos sinais mais evidentes de que a criança ou adolescente pode praticar bullying no ambiente escolar é a necessidade de liderança e domínio sobre determinados grupos. No entanto, a forma como o comportamento é demonstrado varia entre meninas e meninos. “As meninas mostram muito mais essa faceta da exclusão da amiga, da amizade. Os meninos mostram muito mais a explosão física. Aquele que quer ser o mais destacado no futebol, nas ações esportivas, aquele que tira sarro dos outros que não se dão bem, principalmente nos esportes masculinos”, detalha. Saiba como identificar sinais de que crianças e adolescentes estão sofrendo bullying Meu filho pratica bullying, e agora? Tognetta frisa que, em muitos casos, autores de bullying têm pouco ou nenhum diálogo dentro da própria casa. “[Os pais] são aqueles que pouco olham para o filho, no sentido de perguntar para ele como foi o seu dia hoje, o que aconteceu. […] Ou seja, essas trocas são bastante precárias”. Por conta disso, o protocolo para casos de bullying e intimidação inclui também o acompanhamento das famílias dos autores, para fortalecer os relacionamentos e provocar a reflexão sobre o tipo de tratamento que a criança ou adolescente recebe em casa. “O que faz com que alguém seja um autor de bullying não é uma ação que esses pais fizeram para ele, mas um conjunto de ações que essa criança tem vivenciado e que, muitas vezes, faz com que ela não perceba que gera o sofrimento nos seus colegas porque nunca foi acostumada a pensar sobre os próprios sentimentos também, e isso os pais precisam fazer”, orienta. ‘Diálogos na Educação’ O g1 transmite ao vivo, na quinta-feira (23), o “Fórum Diálogos na Educação”, com palestra da filósofa e escritora Djamila Ribeiro. Promovido pelo Instituto EP, o evento traz o tema “Ser e Pertencer no Ambiente Escolar” e tem início às 9h. Para ter acesso ao certificado, os participantes devem fazer a inscrição pelo site. Além de Djamila Ribeiro, o evento também conta com a participação de quatro pedagogas para uma mesa redonda com moderação da jornalista Helen Sacconi. Mesa-redonda no 2º Fórum Diálogos na Educação, realizado pelo Instituto EP — Foto: Ana Marin/g1

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