Conforme o Catecismo da Igreja Católica, o múnus do bispado tem origem nos apóstolos, sendo eles dotados de um carisma especial pelo Espírito Santo, na Solenidade de Pentecostes. Comendador José Luís Lira, OESSJ – Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sobral (IHGS) A nomeação do Mons. Agnaldo Temóteo da Silveira, por Sua Santidade o Papa Francisco, neste dia 14 de maio de 2024, para o episcopado da Igreja Católica Apostólica Romana, enche-nos de júbilo e faz acender em nossa memória a importância daqueles filhos dessa mais que centenária Diocese de Sobral, criada por Sua Santidade o Papa Bento XV, em 10 de novembro de 1915, que foram elevados a dignidade de Bispos, sucessores dos apóstolos. Efusivos os sinos da Catedral de Sobral, da Paróquia do Patrocínio e da Igreja do Abrigo, soaram em ação de graças! Conforme o Catecismo da Igreja Católica, o múnus do bispado tem origem nos apóstolos, sendo eles dotados de um carisma especial pelo Espírito Santo, na Solenidade de Pentecostes. O carisma episcopal é transmitido por meio de uma sucessão ininterrupta de bispos pela imposição das mãos no sacramento da Ordem. Um bispo, ainda segundo o Catecismo da Igreja Católica, é um ministro ordenado que detém a plenitude do sacramento da ordem sagrada e é responsável por ensinar a doutrina, governar os católicos em sua jurisdição, santificar o mundo e representar a Igreja. Neste contexto, o formador primeiro de nosso Clero foi Dom José Tupinambá da Frota, estudou para o sacerdócio em Salvador e Roma. Dom José, nosso primeiro Bispo Diocesano e filho da terra, nasceu em Sobral, a 10 de setembro de 1882 e faleceu nesta mesma Sobral, a 25 de setembro de 1959. Sua Excelência Reverendíssima foi o primeiro bispo de Sobral, de 1916 a 1959, e o segundo bispo de Uberaba, sem tomar posse. Sua sagração episcopal se deu a 29 de junho de 1916, na Catedral da Bahia, tendo por sagrante Dom Jerônimo Tomé da Silva, Arcebispo Primaz do Brasil, assistido por Dom Manoel da Silva Gomes, Arcebispo de Fortalezam e Dom Manoel Lopes, bispo de Alagoas. O primeiro da já Diocese de Sobral e sagrado bispo por Dom José, na Sé de Sobral, foi Dom Francisco Expedito Lopes (Sobral, 8 de julho de 1914 — Garanhuns, 2 de julho de 1957), sendo eleito primeiro bispo em Oeiras, no Piauí, aí exerceu seu ofício de 1948 a 1955. Entre 1955 e 1957 foi o quinto bispo de Garanhuns, Pernambuco. O segundo foi Dom José Bezerra Coutinho (Capistrano, 7 de fevereiro de 1910 — Fortaleza, 7 de novembro de 2008). Embora nascido em Capistrano, Dom Coutinho foi criado em Independência que ele considerava sua terra natal. À época Independência pertencia à Diocese de Sobral e sua formação se deu no Seminário São José, de Sobral, e no Seminário da Prainha, em Fortaleza. Foi ordenado sacerdote e sagrado Bispo, na Catedral de Sobral, ambas ordens recebidas das mãos de Dom José, na Sé de Sobral (1933 e 1956, respectivamente) e designado Bispo Auxiliar de Sobral, permanecendo na função entre 1956 e 1961. Dom Coutinho ministrou a extrema unção a Dom José Tupinambá da Frota. Com a morte de Dom José foi eleito Vigário Capitular e depois foi nomeado o primeiro Bispo de Estância, Sergipe, entre 1961 e 1985. Após entregar a Diocese de Estância, passou a residir em Fortaleza, Ceará, de cuja Arquidiocese foi Vigário Geral até seu falecimento, sendo sepultado na Cripta da Catedral. O terceiro é Dom Francisco Austregésilo de Mesquita Filho (Reriutaba, 4 de março de 1924 – Recife, 7 de outubro de 2006). Segundo bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira de 1961 a 2001. É interessante registrar que eleito Bispo, sua Excelência Reverendíssima sucedeu o bispo que veio para Sobral na época, Dom João José da Mota e Albuquerque, segundo bispo-titular de Sobral (1961 – 1964), sucessor de Dom José, mas, tendo como predecessor imediato Dom José Bezerra Coutinho, que administrava a Diocese. Dom Mota presidiu a sagração episcopal de Dom Austregésilo, na Sé de Sobral, em agosto de 1961. O quarto é Dom Manuel Edmilson da Cruz (Acaraú, 3 de outubro de 1924). Eleito Bispo 1966, recebendo a sagração episcopal, em novembro de 1966, na Sé de Sobral, tendo Dom Mota (já arcebispo de São Luís, Maranhão) e Dom Walfrido Teixeira Vieira, como celebrantes. Foi designado, então, Bispo auxiliar de São Luís do Maranhão (1966-1974), depois, Bispo auxiliar de Fortaleza (1974-1994); Administrador apostólico sede plena de Limoeiro do Norte (1992-1994) e, finalmente, 4º Bispo diocesano de Limoeiro do Norte (1994-1998). O quinto é Dom Benedito Francisco de Albuquerque (Coreaú, 24 de agosto de 1928), quando nomeado 2° Bispo de Itapipoca (1985-2005) estava incardinado na Arquidiocese de Fortaleza, desde 1970, servindo como Pároco da Paróquia de São Vicente de Paulo, na capital cearense. Foi ordenado Bispo e tomou posse na Diocese de Itapipoca, em maio de 1985, na Catedral Diocesana de Itapipoca, pelo Cardeal-Arcebospo Dom Aloísio Lorscheider, da Arquidiocese de Fortaleza. O sexto é o Monsenhor Agnaldo Temóteo da Silveira, nascido em Bela Cruz, Ceará, a 28 de maio de 1977, tendo sua formação inicial no Seminário menor São José, em Sobral, entre 1993 e 1995, período em que também cursou o ensino médio, dando continuidade aos estudos no Seminário Regional Nordeste I (Seminário da Prainha), em Fortaleza, de 1996 a 2002. É graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), em Teologia pelo Instituto Teológico e Pastoral do Ceará (ITEP) e fez mestrado em Direito Canônico, na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Também possui formação em cursos breves de atualização nas áreas de teologia e de direito canônico feitos na Rota Romana, em Roma, na Pontifícia Universidade Católica da Argentina, em Buenos Aires, e em alguns Institutos e Universidades do Brasil. Até sua nomeação como bispo, exerceu as seguintes funções de vigário judicial adjunto do Tribunal Eclesiástico Regional e de Apelação do Ceará, em Fortaleza, vigário episcopal da Região Sede, pároco da paróquia Nossa Senhora do Patrocínio e vigário-geral da diocese de Sobral. Peculiaridade interessante é que Mons. Agnaldo Temóteo será o segundo sacerdote do Clero da Diocese de Sobral a se tornar Bispo da Diocese de Garanhuns, Pernambuco. O primeiro foi Dom Francisco Expedito Lopes que foi vítima de um atentado a tiros cometido pelo então Padre Hosana de Siqueira e Silva, da Diocese de Garanhuns, em 1º de julho de 1957, e que faleceu no dia seguinte, perdoando seu assassino e oferecendo sua vida por aquela Diocese. Dom Expedito tem causa de beatificação e de canonização aberta naquele Diocese de Garanhuns, em cuja Catedral se acham inumados seus restos mortais. Ressalte-se que o atual Bispo de Sobral, Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, é natural de Garanhuns. Bispos nascidos em Sobral sem ter tido formação na Diocese: O primeiro foi Dom José Lourenço da Costa Aguiar (Sobral, 9 de agosto de 1847 — Lisboa, 5 de junho de 1905). Cantou sua primeira missa, em 8 de dezembro de 1870, em Sobral. De volta a Fortaleza, no ano seguinte, onde exerceu sua vida sacerdotal. Primeiro bispo da Diocese do Amazonas, de 1893 a 1905, sendo sagrado Bispo em 11 de março de 1894, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, sendo sagrante principal Dom Girolamo Maria Gotti, internúncio apostólico do Brasil de então. O segundo, Dom Jerônimo Tomé da Silva (Sobral, 12 de junho de 1849 — Salvador, 19 de fevereiro de 1924) vigésimo Arcebispo de São Salvador da Bahia (Primaz do Brasil) de 1893 – 1924, décimo primeiro bispo de Belém do Pará (1890-1892) e um dos responsáveis pela criação da Diocese de Sobral. Sua família o enviou a Salvador para que cursasse a Faculdade de Medicina da Bahia, mas Jerônimo optou pela vida eclesiástica, partindo para a Europa em 1864. Doutor em Filosofia em 1869 e em Teologia em 1873, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, ordenou-se sacerdote nesta cidade em 1872. Retornando a Fortaleza, foi professor de Filosofia do Seminário da Prainha. Dom Jerônimo foi sagrado bispo em Roma, a 26 de outubro de 1890, pelas mãos de Dom Mariano Cardeal Rampolla del Tindaro, Dom Antônio de Macedo Costa e Dom Domenico Cardeal Ferrata. Era tio de Dom José Tupinambá da Frota. Nomeado o 18º bispo da Diocese de Goiás, em 2020, Dom Jeová Elias Ferreira, do clero da Arquidiocese de Brasília (DF), é nascido em Sobral, a 24 de agosto de 1961, sendo ordenado bispo na Catedral Metropolitana de Brasília, por imposição das mãos do Cardeal-Arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, no dia 22 de agosto de 2020. Bispos da Diocese de Sobral: 1º – Dom José Tupinambá da Frota (1916-1959), natural de Sobral, CE; Bispo Auxiliar: Dom José Bezerra Coutinho (1956-1961), Vigário Capitular (1959-1961), natural de Capistrano, considerado filho de Independência, CE; 2º – Dom João José da Mota e Albuquerque (1961-1964), natural de Recife, PE; 3º – Dom Walfrido Teixeira Vieira (1965-1998), natural de Jaguaquara, BA; 4º – Dom Aldo de Cillo Pagotto, S.S.S. (1998-2004), natural de Santa Bárbara d’Oeste, SP; 5º – Dom Antônio Fernando Saburido, O.S.B. (2005-2009), natural de Cabo de Santo Agostinho, PE; 6º – Dom Odelir José Magri, MCCJ (2010-2014), natural de Campo Erê, SC; 7º – Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos (2015), atual, natural de Garanhuns, PE. Eleito Bispo, Mons. Agnaldo Temóteo é o 10º cristão nascido no território da atual Diocese de Sobral que recebe a plenitude das ordens sagradas por meio da ordenação episcopal que se dará na festa de Nossa Senhora do Carmo, 16 de julho de 2024, na Igreja da Sé de Sobral, sendo o 5º a receber as ordens episcopais naquele Templo Sede de nossa amada Diocese de Sobral, dedicada à Nossa Senhora da Conceição. Reiteramos, portanto, o que dissemos em nota oficial do IHGS, desejamos um profícuo pastoreio e vida longa ao novo Bispo! Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui
Monsenhor Agnaldo Temóteo, 10° Bispo nascido na Diocese de Sobral
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