A informação foi publicada pela agência americana Associated Press e pela rede de TV dos EUA CNN. “Na semana passada, detivemos um envio de armas: 1.800 bombas de 907 kg e 1.700 bombas de 226 kg”, disse a fonte da administração Biden, sob a condição de anonimato. “Não tomamos uma decisão definitiva sobre como proceder com o envio”, acrescentou a fonte. O governo Biden tomou a decisão no momento em que parecia que Israel estava prestes a iniciar uma grande operação terrestre em Rafah, à qual Washington expressou sua firme oposição. As Forças de Defesa de Israel disseram nesta quarta (8) que conduziram missões de “contraterrorismo” em áreas do leste de Rafah, matando membros do Hamas e danificando bases usadas pelo grupo. Essas operações ocorrem sob intensa pressão internacional, por conta do custo humanitário da interveção por terra na cidade, que abriga centenas de milhares de refugiados. Tanques israelenses tomam controle do lado palestino da travessia de Rafah — Foto: Reuters O local é considerado o último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos de todas as regiões da Faixa de Gaza que tiveram que abandonar suas casas e migrar para o sul por conta da guerra — a campanha militar israelense iniciou ataques ao norte do território e seguiu ao sul. Israel afirma que Rafah, no extremo sul de Gaza, é o último bastião do Hamas e, portanto, o último front de batalha para completar sua guerra contra o grupo terrorista. Após a liberação, caminhões de ajuda do Egito trazendo comida, água, medicamentos e outros insumos e equipamentos doados pela comunidade internacional estão chegado à região. O Ministério da Defesa de Israel afirma que todos os veículos estão passando por inspeções de segurança antes de cruzar a fronteira. Não há informações sobre a travessia de Rafah, que foi bloqueada na terça-feira (7) por tanques israelenses. Porta de entrada de ajuda Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023, a cidade serviu como o principal ponto de comunicação de Gaza com o restante do mundo. Rafah tem servido como a porta de entrada da maior parte da ajuda humanitária para os palestinos, e foi ponto saída dos estrangeiros que estavam em Gaza e recebiam autorização para deixar o território — além de reféns libertados pelo Hamas durante o cessar-fogo de novembro de 2023. Com o avanço da guerra, Rafah começou a receber muitos refugiados e viu sua população explodir de cerca de 280 mil pessoas para 1,5 milhão, que se alocaram provisoriamente em tendas. Proposta de cessar-fogo De acordo com a agência Reuters, uma autoridade de Israel afirmou que os termos da proposta foram suavizados pelo Egito e que Tel Aviv não pode aceitá-lo. Ele disse que, aparentemente, o Hamas teria aceitado o cessar-fogo para que os israelenses sejam vistos como a parte que se recusa a chegar a um acordo. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou que o país está ainda estudando como vai responder à proposta, mas que por ora eles vão seguir operando na Faixa de Gaza. Houve comemoração de palestinos em Rafah após a notícia sobre um possível cessar-fogo. Mas o gabinete de guerra de Israel não recuou em seus planos de bombardear a cidade, deslocar sua população e realizar uma incursão por terra. O gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta do Egito e do Catar está “longe das demandas essenciais de Israel”, mas que mesmo assim enviará negociadores ao Cairo para continuar as conversas sobre um acordo de cessar-fogo.
EUA interromperam envio de bombas para Israel por receio de invasão militar em Rafah, diz imprensa americana
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