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Pai que perdeu filho com leucemia cria entidade para buscar doadores de medula e sangue em Matão

por admin
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Como superar a perda de um filho? Não há resposta para essa pergunta, mas o caldeireiro-soldador Adelmo Rocha, de 49 anos, encontrou forças para seguir com a sua vida em um pedido de seu filho morto em decorrência de uma leucemia aos 9 anos de idade. A partir do sonho de Tiago, ele criou uma associação para incentivar a doação de sangue e encontrar doadores de medula óssea, em Matão, município de pouco mais de 79 mil habitantes no interior de São Paulo. Tiago Rocha, filho de Adelmo, lutou contra uma leucemia por seis anos, fazendo tratamento em Campinas e sempre à espera de uma medula para um transplante. Adelmo mobilizou Matão em busca de um doador compatível, mas quando ele foi encontrado, em 2007, era tarde demais, o menino já estava muito debilitado e não se recuperou. Adelmo Rocha (à dir) criou uma associação para incentivar doação de sangue e medula após a morte de seu filho Tiago (à esq) — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução EPTV “Faz 10 anos que eu perdi meu filho, mas parece que foi ontem. Não sei se é a volta por cima, mas eu tento enfrentar. Sempre quando ele precisava de bolsa de sangue, plaquetas, hemoglobina, ele falava: ‘pai, quando eu sarar, vamos fazer algo para outras criancinhas, para outras pessoas’ e eu falei: ‘filho, quando você sarar, o pai promete que nós vamos abrir alguma coisa em seu nome, uma ONG, uma associação e beneficiar as pessoas'”. A dor e a promessa que fez ao filho se tornou motivação para Adelmo. “Não sei se você já ouviu falar da história do fiel pelicano. Esse pássaro sai todos os dias para buscar alimento para os filhotes e, quando ele não consegue achar, ele volta de cabeça baixa, mas rasga o próprio peito e dá o próprio coração. Eu queria ser um fiel pelicano. Eu não fui para o meu filho, mas eu tenho em mente que eu vou ser para as pessoas.” Adelmo Rocha cirou associação em Matão para incentivar doação de sangue e de medula após filho morrer de leucemia — Foto: Reprodução EPTV Surgiu então a associação Tiago Rocha. A instituição organiza ações para doação de sangue e cadastramento de doadores de medula óssea. “A gente tem caravanas [para fazer doação em outras cidades], a gente traz o hemocentro de Jaú, de Ribeirão [Preto] aqui para Matão, a gente já levou pessoas para São Paulo”, conta Adelmo. A associação nasceu há cinco anos e já incentivou 20 mil doações de sangue. Além disso, vidas foram salvas por meio da doação de medula. A amostra do técnico em refrigeração Alexandre Aleixo foi rastreada por uma equipe nos Estados Unidos e assim ele pôde doar a medula para um transplante em outro país. “Depois que você fica sabendo que você pode estar salvando uma vida, ajudando uma pessoa é um sentimento que não tem preço”, diz. Sede própria Projeto da sede da Associação Tiago Rocha, em Matão — Foto: Reprodução EPTV O próximo passo da associação e ter uma sede própria. Atualmente a associação Tiago Rocha funciona em uma casa cedida por uma voluntária. Sem um espaço apropriado, as ações de doação de sangue são feitas com parcerias de escolas e igrejas. O projeto da nova sede já está em andamento. O terreno já teve terraplanagem e o local irá contar com sala com coleta de sangue e um auditório para palestras. Pouco a pouco, Adelmo faz os sonhos do filho se materializarem. “Inspirado na luta que meu filho teve, a gente cria forças para essas pessoas porque dentro de mim a saudade é muita, então eu como pai precisava ter algo como incentivo”, diz. “A vida é o maior dom que deus nos Deus, ela é linda, mas é breve. O maior sentido da vida é viver o presente, não deixe para amar amanhã quem está vivo hoje”, completa. Veja os vídeos da EPTV Central

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